COMER EMOCIONAL EM UNIVERSITÁRIOS: RELAÇÃO COM SINTOMAS DE ANSIEDADE, DEPRESSÃO E ESTRESSE DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19
Comportamento alimentar. Estudantes. Transtornos mentais.
A pandemia da COVID-19 influenciou diversos aspectos relacionados à vida e ao cotidiano,
inclusive no comportamento alimentar e na saúde mental. Tais aspectos podem ter tido maior
influência no público universitário, que são propícios a alterações no comportamento
alimentar e saúde mental. Objetivou-se analisar a relação entre o comer emocional e os sinais
e sintomas de ansiedade, depressão e estresse, em universitários durante a pandemia da
COVID-19. Tratou-se de um inquérito epidemiológico multicêntrico, de caráter transversal,
realizado em oito Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) de Minas Gerais em
período pandêmico. Os critérios de inclusão foram estudantes matriculados nos cursos de
graduação presenciais, voluntários e de ambos os sexos. Os participantes responderam a um
questionário virtual, sendo o comer emocional analisado por uma subescala do Questionário
dos Três Fatores Alimentares (TFEQ-21) e a versão reduzida da Escala de Depressão
Ansiedade e Estresse (DASS-21) utilizada para analisar os sintomas de transtornos mentais.
Sexo, idade, renda familiar, Índice de Massa Corporal (IMC) e área do curso de graduação
também foram pesquisados. A amostra foi composta por 8.650 graduandos sendo 65,4% do
sexo feminino, a mediana de idade foi de 22 anos (20 - 25) e a área da saúde contou com
2.061 estudantes (23,8%). Houve associação significativa entre todas as sintomatologias dos
transtornos mentais e o comer emocional (p< 0,01). O comer emocional foi associado ao sexo
feminino e ao IMC, assim como suas classificações, independente da presença dos sinais de
ansiedade, depressão e estresse (p< 0,01). A relação entre comportamento alimentar e maior
renda e área da saúde foi identificada na ausência dos sintomas de transtornos mentais (p<
0,01), enquanto a idade apresentou correlação positiva somente em quem possuíam essas
sintomatologias (p< 0,01). Concluiu-se que a pontuação do comer emocional e as
sintomatologias de transtornos mentais entre os universitários foram, relativamente, elevadas,
e apresentaram associações. Relações estas que também foram encontradas ao analisar o sexo,
IMC, idade, renda e área do curso.