QUANTIFICAÇÃO DA CARGA DE TREINAMENTO, INGESTÃO DIETÉTICA E ADAPTAÇÕES NEUROMUSCULARES DURANTE UMA PRÉ-TEMPORADA DE GINÁSTICA AERÓBICA
Monitoramento. Percepção Subjetiva de Esforço. Registro alimentar. Desempenho físico. Ginástica.
A ginástica aeróbica (GAE) existe um elevado nível de complexidade e perfeição dos gestos técnicos, associados a capacidades físicas e artísticas bem desenvolvidas. O treinamento e nutrição, em conjunto, exercem forte influência sobre o desempenho físico dos atletas, sobretudo, durante a pré-temporada onde o intuito é construir uma base sólida de condicionamento e otimização da composição corporal. No entanto, não há dados objetivos sobre as demandas de treinamento, ingestão alimentar e monitoramento do desempenho durante esse período. Portanto, objetivamos relatar a carga interna de treinamento (CIT), ingestão alimentar e mudanças antropométricas e de desempenho ao longo de uma pré-temporada em atletas de alto rendimento de GAE. Seis atletas femininas de alto rendimento de GAE foram monitoradas durante quatro semanas. Foram coletados dados de carga de treinamento através da percepção subjetiva de esforço (PSE) e quatro registros alimentares de dias aleatórios não consecutivos. A avaliação antropométrica e os testes de desempenho (força de membros superiores, força abdominal, potência de membros inferiores, flexibilidade e capacidade anaeróbica) foram realizados no início da pesquisa e após o período de treinamento. Os dados foram analisados em média e desvio padrão, o teste t pareado de Wilcoxon foi utilizado para comparação das medidas de desempenho, o ANOVA two-way de Friedman com Post-hoc de Wilcoxon foi utilizado para comparação das cargas de treinamento e o percentual de variação (Δ%) foi utilizado para comparação dos dados de ingestão alimentar. As atletas não apresentaram nenhuma otimização na composição corporal, porém melhoraram significativamente nos testes de força de membros inferiores, flexibilidade e capacidade anaeróbica. A média da CIT 1169 ± 403 unidades arbitrárias (UA), com PSE média de 4 ± 1. A ingestão energética média foi de 1543,42 ± 229,28 kcal, a ingestão de carboidratos foi de 3,81 ± 0,81 g/kg de massa corporal, a ingestão de proteína foi de 1,17 ± 0,26 g/kg de massa corporal, e ingestão de lipídio foi de 1,01 ± 0,17 g/kg de massa corporal. Mesmo com cargas de treinamento relativamente baixa, se comparada a dados na literatura, as atletas apresentaram melhorias significativas nos testes de desempenho físico. Entretanto, atribuímos a ausência de otimização na composição corporal a má composição de macronutrientes na alimentação, bem como ao consumo insuficiente de energia. Por fim, esse estudo fornece evidências de uma pré-temporada de GAE que podem fundamentar futuras intervenções de treinadores e nutricionistas com atletas dessa modalidade.