EFEITO DO CONSUMO DE BARRAS PROTEICAS RICAS EM COMPOSTOS FENÓLICOS SOBRE PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS, BIOQUÍMICOS E DE ESTRESSE OXIDATIVO EM INDIVÍDUOS COM OBESIDADE
Alimento funcional. Excesso de peso. Composto fenólico. Fitoquímicos. Estresse oxidativo.
Considerada como epidemia global, a obesidade atinge mais de 650 milhões de indivíduos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Definida como o acúmulo de gordura corporal, majoritariamente causada pelo desequilíbrio energético, essa condição culmina em estresse oxidativo e quadro inflamatório subclínico e sistêmico. Diversas evidências têm demonstrado o potencial de fibras e substâncias antioxidantes, como compostos fenólicos, na prevenção e/ou atenuação de desordens metabólicas como a obesidade e suas comorbidades. Assim, alimentos fontes desses componentes, que aliem praticidade, palatabilidade e saudabilidade, além de custo-benefício satisfatório, são opções para melhorar a qualidade da alimentação de indivíduos com obesidade. Visto isso, o presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito do consumo de barras proteicas elaboradas com ingredientes fonte de compostos fenólicos, sobre parâmetros antropométricos, bioquímicos e estresse oxidativo de voluntários com obesidade. O ensaio clínico decorreu com delineamento paralelo, randomizado, placebo controlado, duplo-cego. Foram recrutados 30 voluntários adultos (18 a 60 anos) com Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 30 kg/m², sem comorbidades, os quais randomizados em dois grupos, sendo grupo controle (BC), com a ingestão de barra alimentícia controle, e grupo tratamento (BT), com a ingestão da barra alimentícia rica em compostos fenólicos, sendo que todos os indivíduos consumiram duas unidades de barras (34g) por dia, durante 30 dias, precedidos por 10 dias de washout. Foram avaliados parâmetros antropométricos (IMC, circunferência braquial, pescoço e abdominal, além da composição corporal por bioimpedância elétrica), bioquímicos (glicemia de jejum, colesterol total, HDL-c, triacilgliceróis séricos (TG), e enzimas hepáticas), de estresse oxidativo nos tempos 0 e 30 (t0 e t3, respectivamente). Os voluntários tinham média de 36 (20- 55) anos e média de IMC 35,81 ± 2,97 kg/m². Nos parâmetros antropométricos, apenas a circunferência braquial reduziu no grupo BT. No grupo BT (n=12) foi observada redução no colesterol total e LDL-c, bem como um aumento no HDL-c, sem mudanças na glicemia. A concentração da enzima antioxidante superóxido dismutase apresentou redução enquanto a catalase apresentou elevação, resultados que combinados indicam melhora do perfil antioxidante. A partir dos resultados foi possível avaliar que a ingestão regular da barra alimentícia rica em compostos fenólicos por indivíduos com obesidade não foi efetiva sobre a perda de peso ou melhora da composição corporal. Entretanto, notou-se melhora significativa no perfil lipídico dos indivíduos e resposta positiva da capacidade antioxidante plasmática, o que sugere um efeito protetivo do consumo de polifenóis através das barras alimentícias contra complicações metabólicas advindas da obesidade.