EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DE CAFEÍNA NAS RESPOSTAS NEUROMUSCULARES
Cafeína; Performance; CrossFit®; Suplementos dietéticos; Fadiga muscular; Recuperação muscular; DOMS.
A cafeína é um composto com propriedade psicoativa, devido a isso, seu consumo é feito por diversas pessoas em todo o mundo. Ela passou a ser consumida por praticantes de atividade física e atletas devido ao seu efeito ergogênico, principalmente pela possivel capacidade de redução da percepção de dor e esforço, aumento da força e potência muscular. Este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos da cafeína em respostas neuromusculares de indivíduos praticantes de atividade física de alta intensidade (CrossFit®). Trata-se de um estudo duplo-cego, randomizado, controlado por placebo e crossover. Os indivíduos foram submetidos a três sessões de CrossFit®, onde realizou-se o Benchmark “Diane”, a sessão baseline (BAS) não teve tratamento, nas sessões seguintes os voluntários foram tratados com uma dose absoluta de cafeína (210 mg) ou placebo (malto dextrina). Nas três sessões de treinamento realizou-se uma avaliação da força e potência muscular dos membros inferiores, morfologia muscular, percepção de esforço, desempenho, dor muscular de início tardio, e taxa do suor. O principal achado do presente estudo se trata da redução significativa dos valores de DOMS nas 24h após a sessão de treinamento com o tratamento de cafeína e placebo, em relação a sessão sem tratamento (ΔBAS/CAF = -76,47%, p = 0,01; ΔBAS/PLA = -61,76%, p = 0,04; ΔCAF/PLA = 62,50%, p > 0,05), além de evidenciar inadequações quanto a ingestão energética dos voluntários. O tratamento com cafeína e placebo, apesar de não apresentar diferença significativa (p > 0,05), foram capazes de reduzir os valores da PSE (ΔBAS/CAF = -9,33%; ΔCAF/PLA = -2,95; ΔBAS/PLA = -12,00%)) e o tempo de conclusão da sessão (ΔBAS/CAF = -15,93%; ΔCAF/PLA = 4,78%; ΔBAS/PLA = - 11,91%). Além disso, foi observada importante perda hídrica provocada pelo exercício em todas as sessões (BAS: 525 ± 474 ml, n = 8; CAF: 450 ± 650 Ml, n = 7; PLA = 312 ± 218 ml, n = 8). O treinamento se mostrou capaz de aumentar o volume dos feixes musculares e da altura e potência dos saltos, sugerindo a presença de um efeito PPA. Com base nos resultados encontrados, é possível assumir que a cafeína desempenha certa influência nos processos e mecanismos fisiológicos relacionados a recuperação neuromuscular. Nota-se uma ingestão energética deficiente por parte deste público, além das as sessões realizadas demonstrarem caráter altamente intenso e capacidade de provocar perdas hídricas importantes. Outrora, os resultados encontrados pelo tratamento placebo podem sugerir possivelmente a presença do efeito placebo nos diferentes tratamentos realizados.