IDENTIFICAÇÃO E PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES CULINÁRIAS EM UNIVERSITÁRIOS
Alimentação Saudável. Educação Alimentar e Nutricional. Intervenção.
A alimentação dos estudantes universitários sofre mudanças desde o ingresso na universidade, sendo observada uma maior tendência em adotar uma alimentação inadequada, marcada pelo consumo de alimentos ultraprocessados e realização de refeições com menos regularidade. Diante disso, como estratégia de promoção à alimentação saudável o Guia Alimentar para a População Brasileira propõe o desenvolvimento das habilidades culinárias como instrumento capaz de promover hábitos alimentares saudáveis. Assim, o objetivo geral desta pesquisa foi identificar e promover as habilidades culinárias para promoção de práticas alimentares saudáveis e identificar a qualidade da alimentação de universitários. Foi utilizada uma amostra de 88 estudantes, com 44 em cada Grupo. Estes foram divididos em Grupo Controle (Sem Intervenção) e Grupo Intervenção (Submetido à realização de oficinas culinárias práticas e palestras) ambos matriculados no primeiro, segundo ou terceiro período de cursos de graduação da Universidade Federal de Lavras. A pesquisa foi realizada em três etapas: 1ª etapa: autopreenchimento online de questionários; 2ª etapa: realização de atividades de intervenção em educação alimentar e nutricional (cinco oficinas culinárias com duração de 3 horas cada) com o Grupo Intervenção, e reaplicação dos questionários para ambos os grupos; 3ª Etapa: ocorreu 4 meses após o encerramento da 2ª etapa e consistiu na reaplicação dos questionários. A avaliação ocorreu antes da intervenção (T0), após (T1), e 4 meses após a intervenção (T2). Do total de estudantes da pesquisa, 96,6% pertencem à faixa etária de 18 a 25 anos e 59,1% são do sexo feminino, predominando a renda familiar de um a três salários mínimos (41,9%), com a maioria morando com colegas (41,4%). A maior parte (76,2%) não era originária de Lavras-MG. Em relação ao estado nutricional, foi predominante o estado de eutrofia (61,4%). Na avaliação do T1 houve melhora significativa no Grupo Intervenção comparado ao Grupo Controle para: atitude culinária; autoeficácia na utilização de frutas, vegetais e temperos; autoeficácia no consumo de frutas e vegetais; autoeficácia na utilização de técnicas culinárias básicas; conhecimento sobre termos e técnicas básicas de culinária bem como melhoria na qualidade da alimentação. Apenas o indicador ‘disponibilidade e acessibilidade de frutas e vegetais’ não apresentou melhora significativa no T1. Para a avaliação do T2, os indicadores de autoeficácia foram os que mantiveram a melhoria. Os resultados sugerem que a intervenção culinária é um instrumento eficaz para o desenvolvimento das habilidades culinárias e promoção da alimentação saudável entre estudantes universitários. Com isso, as oficinas culinárias podem se tornar um modelo de intervenção alimentar e nutricional a ser trabalhado entre o público universitário e da população em geral.