SINTOMAS DE ANSIEDADE, DEPRESSÃO E ESTRESSE E COMER EMOCIONAL EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS DE UMA INSTITUIÇÃO FEDERAL DE ENSINO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Transtornos mentais. Adultos. Saúde. Comportamento alimentar
Os transtornos mentais acometem grande parte dos brasileiros, sendo o público universitário um grupo de risco. A pandemia da COVID-19, desencadeou e/ou intensificou os sintomas de transtornos mentais, bem como a relação transtornada com a comida. Com isso, objetivou-se analisar a relação dos sinais e sintomas de ansiedade, depressão e estresse e o comer emocional e investigar demais fatores associados em estudantes da Universidade Federal de Lavras (UFLA). A pesquisa fez parte de um inquérito epidemiológico multicêntrico, realizado em dez Instituições Federais de Ensino de Minas Gerais. A seleção da amostra se deu por conveniência e os critérios de inclusão foram estudantes matriculados nos cursos de graduação presenciais, voluntários e de ambos os sexos. Os participantes responderam a um questionário virtual, autoaplicado e confidencial, englobando diversos parâmetros de vida e rotina dos estudantes. A versão reduzida da Escala de Depressão Ansiedade e Estresse (DASS-21) foi utilizada para analisar os sintomas de transtornos mentais, enquanto que o comer emocional foi analisado por uma subescala do Questionário dos Três Fatores Alimentares (TFEQ-21). O terceiro quartil foi o ponto de corte para categorizar indivíduos com as maiores pontuações de comer emocional. A amostra conteve 260 estudantes. Os sinais e sintomas de ansiedade, depressão e estresse foram encontrados em 48,5%; 59,6% e 53,8%, respectivamente. O estresse foi maior estatisticamente entre os estudantes solteiros e a ansiedade entre aqueles que possuíam o hábito de fumar (p<0,05). Não houve relação estatisticamente significativa entre os sinais e sintomas de depressão e demais variáveis. A mediana do comer emocional foi de 38,9 (16,7 – 61,1) pontos. Este distúrbio alimentar foi maior entre as mulheres e apresentou correlação positiva com o Índice de Massa Corporal. Não houve associação significativa entre os transtornos mentais e o comer emocional nos universitários da UFLA. Conclui-se as prevalências de transtornos mentais encontradas nos universitários foram, relativamente, elevadas, assim como a pontuação do comer emocional. Os sinais e sintomas de ansiedade, depressão e estresse não constituíram como um fator de risco para o distúrbio do comportamento alimentar, porém o estresse foi maior entre os solteiros, a ansiedade grave nos tabagistas e as mulheres apresentaram maior pontuação no comer emocional, o que aumentou as chances para o ganho de peso corporal. Palavras-chave: Transtornos mentais. Adultos. Saúde. Comportamento alimentar