Açúcar; Fadiga mental; Consumidor; POMS.
Os alimentos mais consumidos atualmente são nutricionalmente pobres, e o alto consumo de açúcar no Brasil, aliado ao estresse da rotina, agrava as condições de saúde física e mental, como a fadiga e o comer emocional. O objetivo desta pesquisa foi investigar o impacto da fadiga mental, induzida pelo Teste de Stroop, na percepção e interpretação de rótulos alimentares, analisando como isso afeta a atenção dos consumidores de suco de maracujá às informações sobre açúcar e selos de advertência, e sua consequente intenção de compra. Trata-se de um estudo cross-over com a participação de 100 indivíduos saudáveis, com idade entre 18 e 60 anos, que foram submetidos a testes com dois protocolos: com exposição à fadiga mental e controle. Os instrumentos utilizados foram o teste de Stroop para induzir a fadiga mental e o questionário Profile of Mood States (POMS) em versão reduzida para investigar o humor do indivíduo. Além disso, foram aplicados testes sensoriais para análise de amostras de suco de maracujá com diferentes teores de açúcar (0, 5, 10, 15 e 20%) e de rótulos de suco. Os testes aplicados foram a escala do ideal, o teste de intenção de compra e a impressão global. Os resultados mostraram que o protocolo de fadiga mental aumentou a tensão (P = 0,013) e a confusão mental (P = 0,054), enquanto reduziu o vigor (P = 0,030), resultando em um transtorno de humor total moderado (d=0,320). A análise de regressão linear revelou que, sem fadiga, a correlação entre as variáveis foi levemente positiva (R = 0,226), enquanto, sob fadiga, a correlação foi muito positiva (R = 0,827). Os valores ideais de doçura foram semelhantes para ambos os grupos, mas a percepção de doçura diferiu: indivíduos fadigados perceberam extremos de doçura mais acentuadamente, enquanto o grupo controle notou diferenças mais sutis. Apesar das mudanças no estado de humor, a intenção de compra dos sucos não foi afetada, indicando que a fadiga mental com efeito moderado, promovida mediante protocolo deste estudo, impactou mais a percepção sensorial do que as decisões de compra. A impressão global dos rótulos e a intenção de compra pelos rótulos não foram influenciadas pelo protocolo de fadiga. O rótulo 2 foi o preferido nos dois grupos estudados para a intenção de compra. Esses achados sugerem que a fadiga mental altera a percepção sensorial, especialmente na gradação de doçura, o que pode influenciar escolhas alimentares.