PADRÃO ALIMENTAR E QUALIDADE DO SONO EM IDOSOS
Qualidade do sono, Alimentação, Envelhecimento.
O envelhecimento está associado a alterações na qualidade do sono e ao aumento da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis, condições que impactam negativamente a saúde e a qualidade de vida dos idosos. Evidências sugerem uma relação bidirecional entre padrões alimentares e sono, de forma que hábitos alimentares inadequados podem comprometer o sono e vice-versa. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo investigar a relação entre padrões alimentares e qualidade do sono em idosos residentes na comunidade de Lavras-MG. Trata-se de um estudo observacional transversal, com uma amostra de 197 idosos, com 60 anos ou mais. Foram avaliados dados sociodemográficos, de qualidade do sono através do Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh, consumo alimentar por meio de dois recordatórios 24 horas, dados antropométricos e de composição corporal por bioimpedância. Também foram avaliadas a força de preensão palmar, velocidade de marcha, os sinais de sarcopenia, a exaustão psicológica e o nível de atividade física. A amostra foi composta majoritariamente por mulheres (84,8%), com média de idade de 69,2 ± 6,2 anos, baixa escolaridade e renda entre 1 e 2 salários mínimos. As análises de clusters indicaram perfis distintos: idosos com sono adequado, melhor desempenho físico e preservação muscular, idosos com má qualidade do sono e mais sintomas depressivos e idosos com maior risco de sarcopenia. Ao integrar o consumo alimentar o consumo de uma dieta tradicional brasileira se associou a melhor qualidade do sono e composição corporal, enquanto o outro grupo se mostrou mais vulnerável com piores indicadores de saúde. Aspectos sociodemográficos, como idade, escolaridade e renda também influenciaram a diversidade alimentar e a condição funcional dos idosos. Os achados destacam a importância de considerar alimentação e sono na promoção da saúde e funcionalidade dos idosos.