ANCESTRALIDADE E RESSIGNIFICAÇAÕ IDENTITÁRIA EM “UM RIO CHAMADO TEMPO, UMA CASA CHAMADA TERRA”, DE MIA COUTO.
Ancestralidade. Identidade. Diáspora. Voz. Experiência e Memória.
O presente estudo propõe-se a discutir a questão da ancestralidade na obra “Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra”, do escritor moçambicano Mia Couto (2003) a partir da narrativa do personagem principal, Marianinho, que sai de sua aldeia, devastada pelas guerras civis que aconteceram em Moçambique no período pós-colonial. Considerando que a articulação entre eventos históricos e literatura possibilita para refletir sobre a questão identitária e os desdobramentos da relação entre colonizador e colonizado, que ainda hoje persistem, tanto no âmbito cultural quanto no social, o problema que se coloca para a pesquisa é investigar de que forma o deslocamento de Marianinho reitera sua identidade e, consequentemente, sua ancestralidade. Dentre os objetivos destaca-se compreender a ressignificação identitária a partir da relação diaspórica do personagem com sua aldeia. Fundamentam a presente pesquisa os conceitos de voz, experiência e memória, a partir de Paul Zumthor e Walter Benjamin, respectivamente. Outros autores que venham a dialogar com a investigação serão, oportunamente, elencados. Dentre os resultados, espera-se contribuir com as pesquisas de estudiosos contemporâneos que se debruçam sobre a temática, de modo a reiterar a importância da voz na perspectiva histórica, social e cultural, levando em conta a experiência, a construção e preservação da memória, e nesse sentido, da identidade.