ARTE E RESISTÊNCIA: SENTIDOS DISCURSIVOS DO CORPO QUE DANÇA NA ESCOLA
Análise do discurso, dança, escola e resistência.
A presente pesquisa tem como problema central a questão da resistência na arte - educação, mais especificamente nas manifestações de dança. Nosso interesse foi analisar os deslocamentos de sentidos com a dança na escola, que se deu através de um vídeo performance. Nossa análise discursiva trata do corpo em dança considerando-o como materialidade, dispositivo de visualização: o corpo-dançante através da intervenção artística que realiza o lugar da falha/falta, condição para outros modos de estar/ser no mundo. Quanto às práticas corporais na educação, sabemos que oficialmente cabe às disciplinas de Educação Física e Artes, componentes inseridos na grande área de Linguagens, a abordagem curricular que inclua a dança e sua linguagem como objeto de ensino. Identificada a realidade do ensino básico no Brasil como lugar de certas injustiças curriculares, problematizamos a dança como uma das práticas menos prioritárias. No trajeto do trabalho: levantamos alguns aspectos do que há na crítica a respeito do cenário atual em relação às orientações curriculares; traçamos algumas reflexões sobre dança localizada como parte das disciplinas de Arte e Educação Física; apresentamos alguns apontamentos sobre o que é a dança; propusemos um olhar sobre a noção de corpo, significado de diferentes modos historicamente. Por fim teórica e metodologicamente esclarecemos o campo ao qual nos filiamos, às autoras e autores mais próximos da Análise do Discurso de linha francesa. Nosso objetivo nos levou a uma preocupação sobre como analisar diferentes materialidades imbricadas e nos interessa especialmente, como corpo e discurso podem andar próximos no campo teórico da AD. No trabalho pensamos na resistência como processo de possível mudança, problemática indissociável do corpo. O corpo é estratégico para as instituições ao longo da história das sociedades na constituição/disputa de relações de poder. Apontamos a relação entre corpo e sujeito, uma vez que ser e estar no mundo só se dá através do corpo, em que nenhuma experiência o dispensa, e a partir disso tomamos a educação como acontecimento que precisa incluir a corporeidade em suas reflexões.