Qualificação realizada por meio de avaliação escrita.
DAS TELETELAS ÀS MIDIAS SOCIAIS CONTEMPORÂNEAS: PROXIMIDADES E EFEITOS DE SENTIDO ENTRE 1984 E O DISCURSO DA EXTREMA-DIREITA BRASILEIRA
Análise do Discurso, Teoria crítica, Discurso autoritário. Distopia, Propaganda
Em sua prerrogativa de manter a liberdade e combater o inimigo, o sujeito autoritário controla, priva e elimina, simbólica ou fisicamente, para que, no fim, a ordem seja mantida. A partir dos estudos discursivos desenvolvidos no Brasil, segundo a linha teórica da Análise de Discurso materialista, escolhemos como tema a ser pesquisado a constituição do discurso autoritário e seus efeitos de sentido. Nosso problema de pesquisa fundamenta-se na hipótese de que, em um cenário distópico, o governo de traços autoritários se constitui pela violência simbólica e física, explicitando seu desejo de poder. Já no recorte temporal de 2019 a 2022, podemos perceber que discursos autoritários passaram a circular com maior força em que prevalece a exclusão simbólica do outro. A partir disso, o objetivo geral desta pesquisa é compreender como o discurso autoritário se constrói na literatura distópica e no discurso da extrema-direita brasileira. Já os nossos objetivos específicos são: identificar as estratégias discursivas em 1984, de George Orwell, ancoradas na indústria cultural; detectar, pelo processo discursivo, como o sujeito constrói a imagem de si e a imagem do outro no discurso da extrema-direita brasileira, respaldada na superindústria do imaginário; comparar as análises empreendidas e os efeitos de sentidos dessa aproximação. Para composição do referencial teórico, campos diferentes, como do discurso, da literatura, da comunicação e da teoria crítica serão mobilizados e articulados a fim de construir um percurso que contribua para compreender a problemática levantada. Tendo isso em vista, partimos dos estudos discursivos de Pêcheux (1990; 1999; 2014a; 2014b), Orlandi (1995; 2011; 2015) e Foucault (1996; 2008); de Adorno e Horkheimer (1985) e Christoph Türcke (2010) da teoria crítica, Bucci (2019; 2021) nos estudos da comunicação; Booker (1994) e Claeys (2015) com trabalhos sobre distopia, para citar alguns autores que contribuem com as discussões propostas. Em síntese, a partir das análises feitas, podemos perceber que, seja na ficção, seja na contemporaneidade, o discurso autoritário se constitui pelos processos de controle e interdição e o uso da propaganda como estratégia de manutenção da instabilidade, gerando a despolitização da pólis.