REFLEXÕES SOBRE CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA E INTERCULTURALIDADE DE INTERCAMBISTAS DA UFLA
Intercâmbio, Narrativa, Identidade; Interculturalidade;
Avaliatividade.
A última década trouxe uma significativa intensificação no estudo da internacionalização, mas
poucos trabalhos trazem uma visão humanizada sobre intercâmbios nas universidades
brasileiras (Stallivieri, 2017; Reis; Romero, 2021; Santos, 2021). Os intercâmbios estão
relacionados ao desenvolvimento cultural e socioeconômico, porque ressignificam a função
da educação em diversas esferas sociais (Landim, 2022). Nesse sentido, o objetivo desta
pesquisa é conhecer e refletir sobre as percepções de alguns intercambistas no que tange à
construção identitária e aos processos de interculturalidade. Tendo isso em vista, a pesquisa
responde às seguintes perguntas: (1) quais foram as dificuldades enfrentadas pelos
intercambistas?; (2) quais foram as aprendizagens mais relevantes?; e (3) quais foram as
percepções dos intercambistas sobre suas construções identitárias resultantes do intercâmbio?
A fundamentação teórica baseia-se na pesquisa narrativa (Pavlenko, 2007; Barcelos, 2020), na
construção identitária (Hall, 2000, 2006; Block, 2007) e na interculturalidade (Weissmann,
2018; Byram; Gribkova; Starkey, 2002). O corpus composto pela transcrição de entrevistas
foi analisado com base na Linguística Sistêmico-Funcional, doravante LSF (Fuzer; Cabral,
2014) e no Sistema de Avaliatividade (Martin; White, 2005), evidenciando valores culturais e
transformações identitárias por meio de interpretações, à luz das competências interculturais
de cada intercambista. O trabalho ressalta o papel da pesquisa narrativa, da construção
identitária e da interculturalidade sobre os movimentos hegemônicos da globalização, além de
contribuir para objetivos tanto individuais quanto coletivos relacionados ao sucesso
profissional, uma vez que fomentam o crescimento de políticas públicas e privadas no tocante
ao tema. Portanto, os resultados apontam transformações identitárias na aquisição de
conhecimento científico, no aprendizado de línguas estrangeiras e na ampliação da
consciência intercultural pessoal e coletiva. Dessa forma, esta pesquisa reforça o papel dos
intercâmbios na valorização de políticas públicas e práticas sociais globais, bem como na
transformação do conhecimento de estudos linguísticos não tradicionais, viabilizando um
maior reconhecimento de propostas de ensino, mobilidade acadêmica, currículo e pesquisas
qualitativas nos campos da interculturalidade e da construção identitária por meio da
internacionalização.