O Bestiário no contemporâneo: uma análise das (des)construções zoopoéticas de Wilson Bueno
Animalidade, Literatura, Devir.
Considerando as discussões mais recentes em torno da animalidade e dos animais não humanos, a literatura, assim como diversos outros objetos culturais, tem se constituído de um caráter disruptivo no que tange a representação dessas temáticas na contemporaneidade. Tendo isso em vista, a presente pesquisa busca investigar em que medida o animalário brasileiro contemporâneo Jardim Zoológico (1999) de Wilson Bueno é atravessado pela filosofia do devir (Deleuze; Guattari, 1995, 2002), de modo a verificar como essa produção literária, seja pela via dos devires ou não, desestabiliza concepções culturais, filosóficas e estéticas cristalizadas em torno dos animais – humanos e não humanos – produzindo sobre eles outros sentidos e saberes.