QUEM CONTA SE (RE)CONTA: NARRATIVAS ORAIS, SUA FUNÇÃO TRANSFORMADORA E O DIÁLOGO POSSIVEL ENTRE O DISCURSO DA PSICANÁLISE E DA ORATURA
Oratura, Subjetividade, Voz, Psicanálise, Experiência e Memória.
Esta dissertação de mestrado, atualmente em desenvolvimento, investiga de que maneira a oratura — compreendida como uma prática estética e performática enraizada na tradição oral — incide sobre a subjetividade. O estudo parte do diálogo entre psicanálise, literatura e oratura. A fundamentação teórica mobiliza os conceitos de voz e performance em Paul Zumthor, bem como as noções de experiência, memória e narrativa em Walter Benjamin, compreendendo a contação de histórias como meio de transmissão cultural e construção de sentido. A esse percurso, soma-se o aporte da psicanálise em Freud e seus desdobramentos, com os conceitos de sujeito do desejo e perlaboração, além da visão desse campo sobre a ludicidade, a voz e o laço social. A pesquisa adota metodologia qualitativa, com base em revisão bibliográfica e análise de narrativas orais gravadas com sujeitos do sul de Minas Gerais. O estudo respeita os parâmetros éticos definidos pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (COEP), mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O diálogo entre a psicanálise e a oratura permite explorar a relação entre subjetividade e narrativa oral, contribuindo para a compreensão dos processos de transformação subjetiva, tanto no âmbito de sua gênese quanto no laço social, funcionando como uma forma de resistência em nosso tempo. Além disso, a pesquisa busca promover a preservação da tradição oral.