INTEGRAÇÃO TÉCNICO-ECONÔMICA DA COLHEITA MECANIZADA DA MACAÚBA EM MINAS GERAIS PARA PRODUÇÃO DE BIOCOMBUSTÍVEL DA AVIAÇÃO SUSTENTÁVEL
Macaúba, biocombustível, aviação, mecanização
A crescente preocupação com os impactos ambientais gerados pelo transporte aéreo comercial, especialmente no que se refere às emissões de gases de efeito estufa (GEE), tem impulsionado a busca por alternativas energéticas mais sustentáveis. Nesse contexto, os biocombustíveis surgem como uma solução promissora, capazes de reduzir significativamente as emissões líquidas de carbono e contribuir para a transição energética. O Brasil, por sua biodiversidade e disponibilidade de biomassa, apresenta condições favoráveis para o desenvolvimento de cadeias produtivas baseadas em espécies nativas, como a macaúba (Acrocomia aculeata), palmeira oleaginosa de grande potencial energético. Esta espécie, além de produzir óleo vegetal com alto rendimento, possui características ecológicas que permitem seu cultivo em áreas degradadas, contribuindo para a recuperação ambiental e o desenvolvimento regional sustentável. Estudos evidenciam que a macaúba pode ser utilizada em sistemas produtivos voltados tanto para a produção de óleo quanto de biomassa sólida, como o endocarpo, que possui alta densidade energética. Além disso, sua capacidade de acumular carbono na biomassa aérea e subterrânea reforça seu papel estratégico na mitigação das mudanças climáticas e na geração de créditos de carbono. Pesquisas também demonstram que o manejo adequado das etapas de colheita e pós-colheita é essencial para garantir a qualidade do óleo extraído, enquanto aspectos mecânicos do fruto influenciam diretamente a viabilidade da mecanização agrícola. Apesar de ainda ser uma cultura predominantemente extrativista, a macaúba vem sendo alvo de esforços de domesticação e melhoramento genético, com vistas à estruturação de uma cadeia produtiva sustentável e eficiente. Diante disso, essa palmeira tropical se apresenta como uma alternativa relevante para o fornecimento de matéria-prima não comestível para biocombustíveis, com potencial de atender às demandas energéticas do setor de transportes, especialmente o aéreo, de forma ambientalmente responsável.