USO DE RESÍDUOS AGRÍCOLAS PARA PRODUÇÃO DE BIOCHAR PARA CAPTURA DE CO2
descarbonização, captura de co2, adsorção, energia
O aumento na demanda energética e utilização de combustíveis fósseis tem
agravado as mudanças climáticas desencadeadas pelo excesso de dióxido de
carbono na atmosfera. Problemas decorrentes dessas alterações têm levado
países a desenvolver novas formas de tecnologia para descarbonização e uma
transição energética limpa. Entre elas, o biocarvão, obtido por meio de resíduos
agrícolas por processo de pirólise, tem se destacado como potencial material
de captura e armazenamento de carbono. Suas propriedades permitem sua
aplicação no solo, tratamento de gases, entre outros. O objetivo deste trabalho
foi comparar o potencial de captura de 𝐶𝑂2 a partir da produção de biocarvão
de seis tipos de biomassas derivadas de resíduos agrícolas (casca de arroz (CA),
casca de café (CC), palha de trigo (PT), palha de soja (PS), palha de feijão (PF)
e palha de milho (PM). As biomassas foram previamente submetidas a ativação
química com KOH (1:1) e então pirolisadas em forno mufla. As amostras foram
caracterizadas química e estruturalmente por Espectroscopia no Infravermelho
por Transformada de Fourier e Reflectância Total Atenuada (FTIR-ATR);
análise Termogravimétrica e Análise Térmica Diferencial (TG/DTA) para
determinação da estabilidade térmica e cinética de adsorção, a determinação de
área superficial foi obtida por análise pelo método Brunauer – Emmett-Teller
(BET) e avaliação microestrutural por Microscopia Eletrônica de Varredura
com Espectroscopia por Energia Dispersiva de Raios-X (MEV-EDS).
Observou-se que os biocarvões apresentaram potencial de captura de CO2
variando entre 0,53 e 1,72%. O biocarvão PS e CA exibiram as menores áreas
superficiaisBET (0,017 m2/g e 30,18 m2/g), porém se destacaram com as maiores
massas de CO2 adsorvidas, sendo de 1,72% e 1,00% respectivamente. Propõese
que a funcionalização química da superfície se sobrepôs às limitações
texturais desses materiais, com papel dos grupos superficiais de oxigênio e
nitrogênio. Portanto, conclui-se que o processo de ativação química com KOH
foi determinante para aprimorar o desempenho adsortivo dos biocarvões, ao
promover modificações estruturais e químicas favoráveis à captura de CO₂.
Esses resultados reforçam o potencial do biocarvão ativado como material
promissor, sustentável e economicamente viável para aplicação em tecnologias
de remoção e sequestro de carbono, alinhando-se às metas globais de mitigação
das emissões e descarbonização do setor energético.