"Ideias para adiar o fim do mundo”: contribuições da obra de Ailton Krenak para a Educação Ambiental
Educação Ambiental e Povos Originários;
Educação Ambiental e Saberes tradicionais;
Tradição, Educação e Resistência.
O trabalho se propõe analisar a obra “Ideias para Adiar o Fim do Mundo” do indígena, filósofo, escritor Ailton Krenak e verificar possíveis diálogos com a Educação Ambiental. Os principais questionamentos do livro é a ideia de humanidade que se construiu na modernidade e o mito da sustentabilidade. A ideia de “humanidade” questionada por Krenak parte da dicotomia homem e natureza. O homem como separado da natureza e se considerando superior a ela. Aqui o homem se coloca na condição de dominador da natureza. Com relação ao mito da sustentabilidade, Krenak questiona a falsa ideia de que somos sustentáveis e assim continuamos a degrada o meio ambiente de forma naturalizada. Essa narrativa é criada pelas grandes corporações. A ideia de progresso é abordada pelo capitalismo na ótica do desenvolvimento que continua a explorar os recursos naturais sem a devida preocupação com as gerações futuras. As questões ambientais começam a ser discutidas a partir dessa relação homem e natureza, no qual a exploração dos recursos da natureza começa a trazer risco à própria existência humana. Se por um lado os ambientalistas propõem um uso consciente dos recursos naturais, por outro o capitalismo e seu meio de produção propõe uma grande produção de mercadorias com a finalidade de atender o mercado viciado em consumo. Portanto, para verificar os possíveis diálogos dos saberes tradicionais com a Educação Ambiental é importante resgatar a história dos Povos Originários antes da chegada dos europeus e como foram capazes de resistir aos ataques do sistema econômico e seu meio de produção, que tem explorado os recursos naturais de forma desenfreada visando unicamente o lucro, até os dias atuais.