REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DOS PROFESSORES NO NOVO ENSINO MÉDIO: DESAFIOS E PERSPECTIVAS
Novo Ensino Médio; Formação Continuada; Itinerários Formativos; Desafios da Docência.
A reforma do Ensino Médio, instituída pela Lei nº 13.415/2017, trouxe mudanças significativas para a Educação Básica. Sua implementação tem sido amplamente criticada, especialmente devido à maneira como o processo foi conduzido, além de ignorar questões fundamentais, como a carência de infraestrutura nas escolas, a desvalorização dos professores e a inadequada formação destes para lidar com as mudanças propostas. Esta pesquisa tem como objetivo investigar as relações dos professores de Ciências da Natureza e Matemática com o Novo Ensino Médio (NEM) e avaliar os possíveis impactos dessa nova configuração curricular em sua atuação docente. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, desenvolvida por meio de um estudo de caso. Como instrumento de coleta de dados, foram utilizados questionários, entrevistas e relatos de um curso de formação continuada voltado para os docentes em exercício de uma escola estadual mineira. A análise dos dados seguiu a técnica de análise de conteúdo (Bardin, 2011). Para este relatório de qualificação, apresentamos uma análise dos questionários e observamos que a implementação do NEM tem sido marcada por um descompasso entre as necessidades dos professores e a formação continuada oferecida, que, em sua maioria, foi pontual e insuficiente. A redução das aulas nas disciplinas da FGB causou impactos negativos para os professores, forçando-os a assumir os Itinerários, resultando em sobrecarga de trabalho. A falta de materiais didáticos adequados para o trabalho nos IFs também foi amplamente apontada pelos professores, o que dificulta o desenvolvimento das práticas pedagógicas mais significativas. Os docentes apontam, ainda, que o aumento da carga horária dos estudantes compromete sua formação básica, prejudicando o desenvolvimento de habilidades importantes para prepará-los para avaliações externas e exames de acesso ao ensino superior. Observa-se também que a flexibilização curricular, na prática, não se concretizou devido às condições estruturais e pedagógicas da escola. Esta pesquisa contribui para o avanço da discussão ainda pouco explorada sobre a importância da formação continuada de professores, especialmente após a implementação do Novo Ensino Médio, uma vez que a reforma é recente e há poucos estudos que avaliem seus desdobramentos.