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Banca de QUALIFICAÇÃO: FABÍOLA DE SOUSA LUNA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: FABÍOLA DE SOUSA LUNA
DATA: 20/02/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Anfiteatro do departamento de fitopatologia
TÍTULO:

EFICÁCIA DO USO DE AGENTES DE BIOCONTROLE NO MANEJO DE RESISTÊNCIA DA ANTRACNOSE CAUSADA POR Colletotrichum lindemuthianum EM FEIJEIRO-COMUM


PALAVRAS-CHAVES:

Bacillus, manejo de resistencia, Colletotrichum, Phaseolus


PÁGINAS: 16
GRANDE ÁREA: Ciências Agrárias
ÁREA: Agronomia
SUBÁREA: Fitossanidade
ESPECIALIDADE: Fitopatologia
RESUMO:

O feijão é, para diversos países, um importante componente para a alimentação e nutrição humana. O gênero Phaseolus é originário das Américas e possui cerca de cinco espécies cultivadas. Dentre elas, o feijão-comum (Phaseolus vulgaris L.) é o de maior importância socioeconômica, sendo a espécie mais antiga e utilizada nos cinco continentes. No Brasil, o feijão é um dos principais grãos produzidos, sendo parte essencial da dieta alimentar da população (BORÉM et al., 2006; WANDER et al., 2021).

Segundo levantamento divulgado pela FAO em 2020, o Brasil ocupava o terceiro lugar entre os maiores produtores, com produtividade média chegando ao número de 2.912.981 t de feijão, entre os anos de 2015 a 2017 (FAO, 2020). Apesar disso, o Brasil não apresenta taxas de exportação expressivas, uma vez que o feijão-comum do tipo comercial carioca é o grão mais produzido, mas também mais consumido no país, não sendo destinado a outros mercados (WANDER et al., 2021).

Por outro lado, apesar do feijão estar entre os grãos mais produzidos no país, o Brasil se encontra entre os cinco países com maior importação do grão, indicando que mesmo com boa produtividade interna, ainda é necessário importar o produto de outros locais para abastecer o mercado interno. Em 2017, as importações eram provenientes de países como Argentina, Bolívia, Estados Unidos, Canadá, China, Paraguai, Países Baixos, Austrália e Líbano (FAO, 2020; WANDER et al., 2021).

No Brasil o feijão é cultivado, em maior ou menor grau, em praticamente todo o território nacional. Além do feijão-comum, os tipos caupi, fradinho e macassar são também produzidos, porém devido questões climáticas, o caupi predomina nas regiões Norte e Nordeste, em que o clima semiárido com altas temperaturas é menos favorável ao feijão-comum (BORÉM et al., 2006). A produção acontece ao longo do ano, ocorrendo colheita em praticamente todos os meses em diferentes partes do país. Entre as cinco regiões geográficas, a região Sul é a que mais colhe feijão-comum, participando com 35,81% da produção e 28,22% da área colhida total com essa fabácea no país. Entre os estados produtores, o Paraná é o estado da região Sul que mais produz feijão, seguida da região Sudeste, com o estado de Minas Gerais como maior produtor. (SOUSA et al., 2021; WANDER et al., 2021).

Apesar das condições favoráveis de cultivo, praticamente durante todo o ano, e dos números significativos de produtividade, no Brasil, essa cultura tem seu potencial produtivo reduzido drasticamente devido a ocorrência de doenças, afetando sua produtividade principalmente na qualidade dos grãos. Entre as doenças que se destacam nessa cultura, a antracnose causada pelo fungo Colletotrichum lindemuthianum é considerada a de maior preocupação para a produção, não apenas por sua importância econômica, mas também por sua capacidade de devastar plantações em curto espaço de tempo, em condições de cultivar suscetível e ambiente favorável (DAMASCENO E SILVA et al., 2007; PAULA JÚNIOR et al., 2015; SIQUEIRA et al., 2019).

O gênero Colletotrichum já foi classificado como o oitavo gênero de fungos fitopatogênico de maior importância cientifica e econômica do mundo. A antracnose é uma doença cosmopolita, ocorrendo em locais de temperatura baixa a moderada e alta umidade, sendo mais problemática em regiões de clima temperado e subtropical. Os sintomas podem ser observados em toda a parte aérea da planta, mas também no caule, pecíolo, vagens e sementes (BIANCHINI et al., 1997; DEAN et al., 2012).

Tipicamente, as folhas apresentam lesões necróticas de coloração marrom-escura nas nervuras da face inferior. No caule e pecíolos, as lesões são alongadas, escuras e deprimidas. Nas vagens, os sintomas são geralmente circulares, de coloração marrom, com bordas escuras, salientes e circundados por um anel pardo-avermelhado. Enquanto que sementes infectadas, apresentam descoloração e lesões levemente deprimidas e de coloração marrom (BIANCHINI et al., 1997).

O agente causal da antracnose, classificado como C. lindemuthianum, pertence à subdivisão Deuteromycotina, sendo a fase perfeita identificada como o ascomiceto Glomerella cingulata f. sp. phaseoli. Além da cultura do feijão, este patógeno também ataca outras espécies de leguminosas como P. lunatus, P. coccineus, Vigna unguiculata e Vicia faba. O agente causal da antracnose é um fungo com ampla variabilidade genética, observada por meio da ocorrência de diferentes patótipos, características morfológicas e culturais. De forma peculiar, apresenta diferentes mecanismos responsáveis pela sua alta variabilidade genética e patogênica. Exemplos desses mecanismos são a anastomose entre hifas, que ocorrem durante a fase assexuada, e o ciclo parassexual (ROCA et al., 2005; ISHIKAWA et al., 2012; SOUZA et al., 2007).

A utilização de cultivares resistentes se constitui como a medida de controle mais viável, porém a ampla variabilidade apresentada pelo patógeno dificulta a obtenção e durabilidade dos mecanismos de resistência (PINTO et al., 2012). Dessa forma, a demanda pelo uso de fungicidas tem crescido, aumentando os custos e auxiliando na seleção de indivíduos resistentes, tornando ainda maior o desafio do manejo da doença (SIQUEIRA et al., 2019).

O uso de fungicidas nos últimos anos vem sofrendo uma série de restrições, devido à ausência de doses consideradas seguras para a saúde humana e animal. Nesse cenário, os agentes de biocontrole têm sido cada vez mais empregados no controle de doenças devido seus mecanismos diversos e sua sustentabilidade, promovendo maior segurança e reduzindo o desenvolvimento de resistência do patógeno (ALABOUVETTE et al., 2006).

A FRAC, Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas, recomenda a utilização de produtos de controle biológico, somado a fungicidas com diferentes mecanismos de ação, como ferramenta para o manejo de resistência de fungos patogênicos no país. A FRAC, aponta que o fornecimento de cultivares com maior resistência a doenças e o desenvolvimento de agentes de controle biológico irão fortalecer a abordagem do manejo integrado (BRENT et al., 2007)

Diante disso, o presente trabalho tem por objetivo avaliar a eficácia de produtos de controle biológico a base de bactérias do gênero Bacillus, como ferramentas no manejo de resistência da antracnose no feijão-comum.


MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - WELISON ANDRADE PEREIRA - DBI/ICN (Membro)
Presidente - FLAVIO HENRIQUE VASCONCELOS DE MEDEIROS (Membro)
Externo ao Programa - ELAINE APARECIDA DE SOUZA - DBI/ICN (Suplente)
Interno - EDUARDO ALVES (Membro)
Notícia cadastrada em: 08/02/2024 08:17
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