O conceito de pobreza de Amartya Sen à luz da perspectiva de uma renda básica universal
Pobreza – Autonomia - Renda básica
A definição de pobreza proposta pelo filósofo e economista indiano Amartya Sen vai além do aspecto econômico e considera o aumento da liberdade individual, a partir de sua teoria sobre as capacidades. A capacidade de um indivíduo consiste nas combinações alternativas de funcionamentos cuja realização é possível para ele. Por funcionamento ele entende aquelas coisas que o indivíduo almeja ter ou fazer. Essa teoria associa o desenvolvimento com a expansão das liberdades substantivas que as pessoas podem desfrutar. A liberdade passa a ser tanto o fim desejado como o critério de avaliação do desenvolvimento. Contudo, ele entende a importância de uma base material nesse processo de aumento da autonomia individual, as políticas públicas de combate à pobreza além de cumprir seu objetivo imediato, de satisfazer as necessidades mais básicas dos atendidos, acaba por desenvolver nesses indivíduos a noção de pertencimento social, ao ampliar sua perspectiva de vida. Entretanto, esse processo resulta também na estigmatização dos beneficiados de tais programas, a partir disso, é possível pensar como a proposta de uma Renda Básica universal que não tem a exigência de nenhuma contrapartida pode ser uma ferramenta importante no combate à desigualdade e a pobreza.