Husserl e a funadamentação das ciências: da lógica pura à fenomenologia noética
Fenomenologia - Husserl - Cientificidade - Intencionalidade
A presente pesquisa pretende acompanhar a articulação de dois momentos da fenomenologia
de Husserl: da lógica pura à fenomenologia noética. Num primeiro momento, deter-nos-emos
nos Prolegômenos onde o filósofo, em duelo com o psicologismo, procura fazer a
fundamentação e a doutrina da ciência para se alcançar a essência da lógica. Depois disso,
investigaremos as condições de possibilidade científicas do conhecimento na lógica e da
noética, questões também enfrentadas nesta obra. Mediremos aí as fronteiras da lógica pura e
do conhecimento noético que abrem as portas à primeira fenomenologia. Para tanto,
buscaremos elucidar as implicações entre objetividade lógica e subjetividade das vivências
enquanto experiência da verdade e veremos ainda como é que, já neste primeiro momento,
Husserl rejeita o psicologismo lógico como fundamentação do conhecimento. Finalmente,
apresentaremos as tarefas da lógica, principalmente a tarefa fenomenológica de origem dos
conceitos. Simultaneamente, procuraremos pela cientificidade da fenomenologia, fazendo a
passagem para o segundo volume das Investigações lógicas. Aí o filósofo anatematiza a
atitude objetivista e psicológica do conhecimento científico em benefício da atitude
fenomenológica. Faremos ver como é que essa cientificidade se dará na Quinta investigação
lógica a partir da consciência intencional e na primeira redução eidética, que é
fenomenológico-descritiva. A partir desta premissa geral, deveremos buscar como é que esta
nova ciência se formará a partir de camadas mais superficiais e não-intencionais até as
camadas intencionais essenciais. Será também nosso propósito juntar os problemas científicos
husserlianos aos nossos questionamentos, dentre outros: se seriam as doutrinas
fenomenológicas das Investigações a própria doutrina da ciência e se a fenomenologia noética
é ou não é psicologia descritiva.