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Banca de DEFESA: JOSE MONSERRAT NETO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOSE MONSERRAT NETO
DATA: 30/03/2022
HORA: 14:00
LOCAL: Google Meet
TÍTULO:

"Teoria da alienação nos Manuscritos de Marx – uma análise do processo de alienação e sua superação"


PALAVRAS-CHAVES:

Marx; alienação; Revolução, Emancipação


PÁGINAS: 210
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Filosofia
SUBÁREA: Ética
RESUMO:

Investiga-se a teoria da alienação dos Manuscritos Econômico-Filosóficos (Marx, 2015a) com foco nas duas transições, o processo de alienação e o de sua superação. Contextualiza-se conceitualmente o termo ‘alienação’ (Leopold, 2018) e historicamente os Manuscritos (Musto, 2014, 2019). Analisam-se os quatro passos da alienação no trabalho que são a alienação: do trabalhador do produto de seu trabalho; do próprio trabalho; de sua essência humana; e do homem pelo homem. Nos passos, a abstração é associada à alienação, à indiferença da troca comercial, e entre os homens, que não mais se relacionam humanamente entre si. A atividade da essência do homem é reduzida à de subsistência. Problematiza-se a justificação das quatro determinação da alienação frente a propriedade privada. Na primeira transição, examina-se o processo de abstração crescente da propriedade privada, da troca comercial, do trabalho e capital, como um processo de alienação crescente na constituição do capitalismo. Analisa-se a homologia que Marx estabelece entre o processo de abstração da dialética de Hegel e o processo histórico de abstração da alienação do homem na constituição do capitalismo. Avaliam-se as polêmicas em torno da homologia que nasce d’O Capital (Marx, 2013), mas que também está presente nos Manuscritos. Identifica-se a origem das controvérsias na crítica de Marx à dialética de Hegel. Examinando-a em detalhes, identifica-se a sua principal crítica: o caráter abstrato e alienado da superação dialética de Hegel que, ao fim, reafirma a alienação do homem. Avaliam-se algumas críticas à crítica de Marx e assinala-se a sua “confusão” entre os pensamentos puro e objetivo, mas, ao mesmo tempo, a sua perspectiva de transformação da sociedade. Examinam-se três homologias nos Manuscritos, a do universal concreto do dinheiro com a Ideia absoluta da dialética, de Klein (2015); a do trabalho humano com a atividade negativa do pensamento puro, de Iber (2018); e a da progressão da propriedade privada como contradição capitaltrabalho, até sua dissolução, com as determinações da reflexão da Lógica da essência de Hegel, de Bavaresco et al (2019). Elas contribuem para explicar os problemas da primeira transição: a fundamentação falha das quatro determinações entre alienação e propriedade privada, e os paradoxos da essência alienada que confirma a essência humana e da necessidade histórica da alienação. Relacionamse as homologias à antropologia negativa do homem pressuposto de Marx, que não é sujeito da história (Fausto, 2015) e que realiza a essência humana ao desenvolvê-la e, ao mesmo tempo, dilacerá-la. Na segunda transição, investigamse os cinco passos do comunismo descritos nos Manuscritos. Os dois primeiros passos expõem a reapropriação do objeto do trabalho e a supressão do Estado capitalista, a dimensão objetiva da reapropriação do objeto pelos trabalhadores, os três últimos a dimensão subjetiva da reapropriação do objeto. Com Brudney (1998), avalia-se o problema da justificação da essência humana. Os trabalhadores desconhecem a sua essência humana e são incapazes de assumi-la na prática. Constata-se, porém, que isso não representa problema para Marx, pois a solução teórica realiza-se na prática, não pela abstração alienada da prática, justificando-se a sua recusa da filosofia. Identifica-se um obstáculo: a percepção autocertificadora, de Feuerbach, não pode ser empregada, pois os trabalhadoresestão sob o efeito da alienação objetiva do capitalismo. Avaliam-se a organização e prática revolucionárias dos trabalhadores como antecipadores da situação futura, e constata-se que são insuficientes para mudar sua postura. Resume-se o impasse: não é possível o trabalhador assumir na prática a visão comunista – a dimensão subjetiva da reapropriação do objeto – sem que se efetive a dimensão objetiva da reapropriação. Para Marx, as dimensões objetiva e subjetiva devem ocorrer juntas. Examina-se um exemplo de revolução nos Manuscritos, e conclui-se que a revolução desempenha papel indispensável na solução de Marx. Ela rompe o bloqueio da dimensão objetiva da alienação e permite a união das dimensões objetiva e subjetiva da reapropriação do objeto, em que os trabalhadores se tornam enfim conscientes. Ela ganha papel crucial porque, no capitalismo, o homem não é sujeito, é pressuposto. Ela propicia o nascimento do homem posto como sujeito da história. Por último, analisa-se dois problemas da segunda transição: a dependência da solução de Marx na revolução, e a aparente impossibilidade da teorização da superação da alienação, a não ser realizando-a. Após análise das transições e seus problemas, conclui-se que a teoria de Marx não explica a alienação de forma consistente, não explica como a alienação surge ou se reproduz no capitalismo, nem como, de modo convincente, é possível superá-la para se construir uma sociedade emancipada. São duas fontes de dificuldades: a sua apropriação problemática do conceito de essência humana, e a lógica dialética hegeliana que conduz o processo de alienação e sua superação. Conclui-se que os erros são: concepção inadequada da alienação e sua superação, e emprego problemático da dialética hegeliana. Uma lógica idealista conduz a superação da alienação através de uma concepção inadequada de revolução, que junta o momento histórico da eclosão da revolução com o momento dialético de dissolução da contradição entre capital e trabalho, sem a ação real e ativa dos trabalhadores. Sugere-se que Marx torna-se prisoneiro da lógica dialética nos Manuscritos e que, talvez, também n’O Capital. Nele, a revolução parece continuar a exercer o papel central para a superação do capitalismo, dentro de uma lógica idealista pré-concebida que “liberta” a humanidade. Sugere-se que tais equívocos podem ajudar a explicar algumas das dificuldades atuais enfrentadas na superação do capitalismo, tal como o divórcio entre a teoria marxista e a prática revolucionária dos trabalhadores (Anderson, 2017).


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - AGEMIR BAVARESCO - PUC - RS (Membro)
Presidente - AMARO DE OLIVEIRA FLECK - UFMG (Membro)
Interno - ARTHUR KLIK DE LIMA (Suplente)
Interno - EMANUELE TREDANARO (Membro)
Interno - FEDERICO ORSINI (Membro)
Externo à Instituição - LUIZ PHILIPE ROLLA DE CAUX - UFRN (Suplente)
Externo à Instituição - VINICIUS DOS SANTOS - UFBA (Membro)
Notícia cadastrada em: 18/03/2022 11:47
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