Elementos para a leitura do problema moral em Sartre
Ego, Existencialismo, Consciência, Moralidade, Má-fé.
A dissertação se debruça nos aspectos elementares da ética de Jean-Paul Sartre. O filósofo afirma a primazia da liberdade humana como condição de uma moral autêntica em oposição às concepções morais tradicionais. A consciência humana encontra-se desvinculada de determinações lógicas e princípios normativos que determinam as escolhas e ações. Os conceitos como liberdade, consciência, responsabilidade, má-fé, angústia, que serão alvo de análise, ganharão peso nas reflexões filosóficas sartreanas que culminarão na filosofia moral existencialista. Para tanto, partimos de analisar o caminho percorrido pelo jovem Sartre no ensaio “Transcendência do Ego-esboço para uma descrição fenomenológica” (1936), onde elabora as suas críticas às concepções filosóficas que introduzem a presença de um ego operador na imanência da consciência. Com o objetivo de manter a consciência como pura transcendência, Sartre assume o conceito de consciência intencional, a qual se projeta em direção ao mundo exterior, sem qualquer princípio egológico responsável pela síntese e unificação das vivências. As refutações às teorias que postam o ego formal e material na consciência implicam ressonâncias éticas tanto no ensaio propriamente dito, quanto nas filosofias posteriores, como “O Ser e o Nada”.