PRATICAS SILVICULTURAIS INTENSIVAS INFLUENCIAM POSITIVAMENTE NO ESTOQUE DE CARBONO DE FLORESTAS DE RESTAURAÇÃO
Fertilização; Espaçamento; Densidade de plantio; Modelo de plantio
Dois dos grandes problemas ambientais mundiais são a degradação ambiental e o aquecimento global. A restauração florestal torna-se então uma estratégia global para mitigação desses distúrbios. Várias iniciativas, como o Bonn Challenge, o acordo de Paris, a iniciativa 20x20 entre outros, fomentam a recuperação de áreas degradadas. O conhecimento de como os métodos utilizados para a restauração e as práticas silviculturais aplicadas a cada área influenciam no sucesso dos projetos são de grande importância para os tomadores de decisão. Com isso o objetivo do trabalho foi entender como práticas silviculturais podem maximizar o estoque de carbono em plantios de restauração testando a hipótese de que práticas silviculturais mais intensivas terão resultados positivos e que modelos de plantios e espaçamento não terão diferenças ao longo do tempo. Três fatores foram utilizados no experimento: modelo (A – proporção de pioneiras/não pioneiras = 50/50 e B – proporção 67/34); espaçamento (1 – 3333 ind.ha-1 e 2 – 1666 ind.ha-1) e; silvicultura (U – tradicional e X – intensiva), totalizando assim 8 tratamentos. Inventários para a coleta de dados (diâmetro e altura) foram realizados durante vinte anos. O uso de silvicultura intensiva resultou em melhores resultados para sobrevivência e para estoque de carbono ao longo de todo o experimento. A maior disponibilidade de nutrientes e a menor competição com gramíneas invasoras provavelmente contribuiu para esse resultado. A maior densidade de plantio também resultou em um maior acumulo de carbono provavelmente pela maior quantidade de indivíduos. O modelo com a maior proporção de pioneiras não apresentou um melhor resultado, pelo contrário, aos vinte anos apresentou menores estoques de carbono, o que pode estar correlacionado com a morte de pioneiras. Croton urucurana e Heliocarpus americanos, por exemplo, perderam praticamente todos os indivíduos. Considerando todos os tratamentos, os melhores (A1X, B1X e A1U) chegaram a acumular quase duas vezes mais carbono que os piores (A2U e B2U). Considerando os custos de implantação, todos os tratamentos apresentaram a mesma eficiência gastando cerca de US$140/Mg de carbono estocado. Assim a recomendação para maximizar estoque de carbono e sobrevivência em projetos de restauração é a utilização de uma silvicultura intensiva, uma proporção equivalente de pioneiras e não pioneiras além de um plantio mais adensando (quando viável economicamente). Estudos na área de outros pools de carbono (solo, serrapilheira, regenerantes e outros) são necessários para melhor entendimento de cada tratamento.