ANÁLISE ESPACIAL DAS VIROSES DO ALHO NA REGIÃO DO ALTO PARANAÍBA – MG E EFEITO DA MOLÉCULA PIRACLOSTROBINA SOB A PRODUÇÃO DE PLANTAS DE ALHO COM INFECÇÕES SIMPLES OU MISTAS.
Epidemiologia das viroses do alho, Alto Paranaíba – MG, estrobilurinas.
Devido ao modo de propagação vegetativa do alho (Allium sativum L.) os produtores brasileiros têm que superar uma série de limitações no seu cultivo como, por exemplo, a ocorrência de pragas e doenças que podem ser perpetuadas de uma geração para outra através dos bulbilhos empregados como sementes. Deste modo, apesar de o Brasil ser quinto maior consumidor per-capta de alho no mundo, boa parte desta commodity é importada para suprir a sua demanda interna. Dentre os patógenos que afetam a produção do alho, as espécies de vírus pertencentes aos gêneros Potyvirus, Carlavirus e Allexivirus são as mais frequentes nas lavouras, conhecidas por causar perdas que podem chegar a 100% da produção. Existe, portanto, uma demanda por alternativas que possibilitem controlar ou minimizar as perdas causadas pelo plantio de sementes infectadas, uma vez que a disponibilidade de sementes completamente livres de vírus é praticamente inexistente. Neste trabalho foi realizado um levantamento das principais espécies virais presentes em São Gotardo, região do Alto Paranaíba em Minas Gerais, bem como sua incidência e análise espacial em 10 campos comerciais de produção. Foi também avaliado o efeito de dois produtos comerciais contendo piraclostrobina, conhecida por promover incremento de produção e indução de resistência a vírus em plantas, na produção de plantas de alho com infecções virais. A incidência de vírus em 4 das dez áreas avaliadas variou de 42,9% a 16,7%, enquanto que em duas outras foi maior, ou seja, 2,9% e 86,4%, respectivamente. As quatro demais áreas mostraram uma incidência de 100%. O padrão de distribuição espacial das plantas infectadas foi do tipo agregado em 90% dos blocos de acordo com o teste de run e 63,3% de distribuição ao acaso de acordo com o teste de doublet. Observou-se ainda um índice de dispersão de 63,3% dos blocos com padrão espacial regular. As amostras de plantas com e sem sintomas que foram coletadas, foram positivas para a presença de uma ou mais espécies de vírus pertencentes aos gêneros Potyvirus, Carlavirus e Allexivirus, indicando uma possível transmissão pelas sementes com posterior disseminação pelos vetores no campo. Embora não tenha sido observada diferença estatística no peso e diâmetro dos bulbos e no número de bulbilhos das plantas tratadas com diferentes doses de piraclostrobina, dois dos tratamentos indicaram um aumento na produção acima de 4%. Esses tratamentos deverão ser repetidos em combinação com dosagens crescentes de adubação nitrogenada, para testar a possibilidade de ganho já observado em outros patossistemas.