Diversidade de Trichoderma spp. no bioma Caatinga e seu potencial antagonístico contra Rhizoctonia solani
biocontrole, ambientes xerófilos, densidade populacional, ensaios in planta
O controle biológico é uma ferramenta importante para o manejo de doenças de plantas que vem sendo cada vez mais adotada. Os agentes de controle biológico podem ser encontrados naturalmente nos sistemas agrícolas ou podem ser introduzidos, visando o controle de patógenos. Dentre esses agentes, espécies do gênero Trichoderma têm sido amplamente utilizadas como a base para produtos biológicos com ação fungicida. Esse projeto visou conhecer a diversidade de fungos do gênero Trichoderma no bioma Caatinga em comparação com áreas agrícolas, e avaliar a sua eficácia contra Rhizoctonia solani. Amostras de solo foram coletadas de áreas de Caatinga natural e áreas convertidas em plantios de bananeira (Musa spp.) em Jaíba-Minas Gerais. A densidade populacional média de Trichoderma estimada em meio semi-seletivo foi de 2,4 log UFC/g de solo em áreas de Caatinga, enquanto que a densidade de outros fungos foi de 4,0 log UFC/g. Em áreas convertidas para o plantio de bananeira, a densidade média de Trichoderma foi de 1,3 log UFC/g, enquanto que a de outros fungos foi de 3,7 log UFC/g. Portanto, as populações de Trichoderma representaram respectivamente, 8,5% e 3,4% do total de fungos em áreas de Caatinga e plantios de bananeira. Um total de 80 isolados, 26 de áreas convertidas para o plantio de bananeira e 54 de áreas de Caatinga foram analisados por meio de BOX-PCR para o estudo da diversidade genética. Esses isolados foram agrupados em 67 grupos genéticos de acordo com perfis de bandas amplificadas. Quinze isolados foram selecionados ao acaso com base nos grupos genéticos para a identificação por meio do sequenciamento da região tef1. Dentre esses isolados, 4 foram identificados como T. longibrachiatum, 1 como T. neokoningii, 6 como T. pseudoasperelloides e 4 como uma espécie próxima de T. hunanense. Ensaios de antagonismo in planta contra R. solani mostraram que o isolado PEL39 de T. neokoningii reduziu a severidade da doença em 20% e o isolado RBS12 de T. pseudoasperelloides reduziu em 8% em relação ao controle não tratado, enquanto os isolados SW2-YU, e RB26 de T. longibrachiatum e SW2-59 de T. hunanense não reduziram a severidade da doença. Esses resultados evidenciam a variação na atividade dos isolados e os próximos estudos se concentrarão na avaliação do potencial antagonístico dos isolados ainda não testados in planta.