A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE NO CONTEXTO DA REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA DO CAPITALISMO FLEXÍVEL: UMA AUTO-REFLEXÃO CRÍTICA DA PRÓPRIA SEMIFORMAÇÃO
Trabalho docente; Precarização; Capitalismo flexível; Subjetivação do trabalho; Formação Cultural.
Esta pesquisa investiga o processo de desenvolvimento do trabalho docente no contexto da reestruturação produtiva do capitalismo flexível e extrai algumas reflexões sobre as consequências da precarização do trabalho na vida dos professores. Ao propor este estudo buscou-se compreender a reorganização do trabalho docente e como os impactos desse sistema têm afetado o trabalho desses profissionais da educação. Desse modo, este trabalho parte do esforço de compreender as recentes transformações da carreira docente inserida na reorganização do modo de produção capitalista que têm marcado o atual contexto político brasileiro pela ideologia neoliberal. Diante desse cenário, procura-se pensar as implicações do capitalismo que visam enquadrar a atuação do professor dentro dos princípios que regem a economia de mercado, buscando compreender mais especificamente a chamada precarização do trabalho docente. Assim, a questão que move esta pesquisa norteia-se em como a produção de uma nova subjetividade proletária têm afetado a dinâmica do trabalho e a vida dos profissionais da educação? Para tanto, utilizou-se da pesquisa teórica para delinear melhor o problema em textos que ajudam a entender as modificações do trabalho do professor no capitalismo flexível. Sob uma ótica geral do trabalho, buscamos apresentar primeiramente o breve desenvolvimento histórico da educação, tanto no contexto geral quanto no brasileiro; num segundo momento pautamo-nos na compreensão das relações de trabalho dentro do modo de produção capitalista flexível; e, posteriormente, a partir dessas relações, buscamos pensar o trabalho docente, e suas especificidades, dentro desse contexto. Por fim, relacionamos a condição do trabalho docente dentro do atual contexto do capitalismo flexível aos postulados de Adorno (2010); Lukács (2003); Pucci (2018); Zamora (2018) e Antunes; Praun (2015). Como resultado entendemos que a crise na formação cultural dos professores devido à imposição das forças burocráticas objetivas está corroborando para o processo de subjetivação do trabalho docente, intensificando e precarizando ainda mais o seu trabalho. Espera-se com essa pesquisa trazer contribuições ao campo científico para compreender alguns dos fatores que levam muitos docentes a estágios profundos de desgaste profissional e adoecimento.