Doru luteipes e Euborellia annulipes: história de vida e aspectos da morfologia dos aparelhos reprodutores femininos e masculinos
tesourinhas; morfologia, tabela de vida, biologia
Dermaptera é uma ordem cosmopolita de insetos, popularmente conhecidos como tesourinhas, com representantes distribuídos principalmente no hemisfério sul, com minoria de espécies na América do Norte, Europa e Sul da Ásia. No Brasil, existe uma diversidade desses predadores na cultura do milho, com destaque para as espécies Doru luteipes Scudder (Dermaptera: Forficulidae) e Euborellia annulipes Lucas (Dermaptera: Anisolabididae) encontradas em diferentes regiões do país. O crescente interesse por uma agricultura sustentável, colocou esses predadores em evidência devido seu grande potencial de predação de insetos na fase jovem. Entretanto, os conhecimentos da biologia desses predadores até o presente momento, só traz informações de desenvolvimento durante a fase jovem, sendo sua história de vida não descrita por completo. Além disso, os estudos da morfologia interna são escassos para algumas espécies e inexistentes para outras. Nesse trabalho buscamos compreender toda a história de vida de dois predadores da ordem dermaptera, bem como os estudos da morfologia interna dos aparelhos reprodutores de machos e fêmeas, a fim de melhor compreender e traçar um padrão para essas espécies. Na primeira parte do nosso estudo, confeccionamos uma tabela de vida para cada espécie, na quais estimamos os parâmetros R0, rm e T e dados da biologia dos predadores. Detectamos que E. annulipes durante a fase jovem possui um instar a mais quando comparada a D. luteipes. aceleração no tempo de desenvolvimento durante a fase jovem nas espécies Doru luteipes no campo e a presença de seleção sexual. Essa parte do trabalho, foi realizado na Universidade Federal de Lavras, com tesourinhas coletadas em campos de milho e trazidas ao laboratório Molecular Entomology and Ecotoxicology (M.E.E.T). Nos demais capítulos, através de técnicas microscópicas e histoquímicas, conhecemos e descrevemos as estruturas dos aparelhos reprodutores masculinos e femininos de ambas espécies presentes no estudo. Em E. annulipes o desenvolvimento dos oócitos no interior dos ovaríolos ocorre de forma assincrônica, possuem apenas cinco ovaríolos em cada ovário e os machos possuem canal deferente pós vesiculares, sendo contínuo até a formação do canal ejaculatório. Em D. luteipes o desenvolvimento dos oócitos no interior dos ovaríolos ocorre de forma de forma sincrônica e os machos possuem um duto ejaculatório curto. O estudo fornece informações de base, porém fundamentais para a melhor compreensão dessa ordem que possui dados escassos. Acreditamos que a partir de conhecimentos básicos se fazem grandes pesquisas, principalmente visando uma agricultura mais sustentável. Nossos dados contribuem para futuras criação massal dessas tesourinhas em laboratório e uma potencial liberação massal em campos para o controle de diferentes insetos pragas.