TOXICIDADE DE ÓLEOS ESSENCIAIS PARA SPODOPTERA FRUGIPERDA (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE) E TUTA ABSOLUTA (LEPIDOPTERA: GELECHIIDAE) E SELETIVIDADE PARA TRICHOGRAMMA PRETIOSUM (HYMENOPTERA: TRICHOGRAMMATIDAE)
Lagartas pragas, parasitoide, poáceas, solanáceas, produtos botânicos, controle; toxicidade
A traça-do-tomateiro Tuta absoluta (Meyrick, 1971) (Lepidoptera: Gelechiidae) e a Spodoptera frugiperda (Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuide) são importantes artrópodes-praga causadores de grandes perdas econômicas. Esses insetos apresentam rápida dispersão, difícil controle e resistência aos principais inseticidas sintéticos utilizados para seu controle. Desta forma, pesquisas com óleos essenciais (OEs) são essenciais para o desenvolvimento de novos inseticidas, visto a abundância da flora mundial. Objetivou-se avaliar a atividade inseticida dos OEs de Eugenia caryophyllus (Myrtaceae) e Foeniculum vulgare var. dulce (Apiaceae) e dos compostos principais para S. frugiperda, e seletividade fisiológica para Trichogramma pretiosum Riley (Hymenoptera: Trichogrammatidae) e dos OEs de Melaleuca alternifolia (Myrtaceae) e Eucalyptus staigeriana (Myrtaceae) para T. absoluta. Os OEs e os compostos principais foram solubilizados em acetona e aplicados no dorso das lagartas por meio de microsseringa. Os OEs de E. caryophyllus e F. vulgare foram tóxicos para S. frugiperda. Por meio de análises cromatográficas verificou-se que o OE de E. caryophyllus apresentou seis constituintes, sendo que os principais foram eugenol e cariofileno. O OE de F. vulgare var. dulce apresentou onze constituintes, sendo (E)-Anetol o mais abundante e responsável pela atividade inseticida para S. frugiperda. Os OEs afetaram negativamente a duração da fase larval e fecundidade, e também parâmetros demográficos de tabela de vida de S. frugiperda. Os OEs de M. alternifolia (DL50 = 76,5 µg/lagarta) e E. staigeriana (DL50 = 78,5 µg/lagarta) foram tóxicos para T. absoluta em aplicação tópica. Os OEs foram submetidos à análise cromatográfica e foi observado que o OE de M. alternifolia continha dezenove compostos químicos, sendo 4-Terpineol (42,2 %), ?-terpineno (22,1%) e a- terpineno (10,4%) os mais principais. O OE de E. staigeriana apresentou vinte e cinco constituintes, sendo que os compostos limoneno (27,3%), geranial (13,8%) e neral (9,9 %) foram os principais. Constatou-se que os OEs das duas espécies de plantas afetaram negativamente a duração da fase de pupa, longevidade e também a taxa intrínseca de aumento ®, a taxa finita de aumento (?) e a taxa reprodutiva líquida (R0) de T. absoluta. O OE de E. caryophyllus e seus constituintes principais foram tóxicos para T. pretiosum, enquanto o de F. vulgare var. dulce e seu majoritário (E)-Anetol foram inofensivos para o parasitoide no período de ovo-larva e na fase de pupa. Os resultados obtidos demonstram o potencial inseticida desses compostos visando ao controle de S. frugiperda e T. absoluta.