FRAGMENTOS FLORESTAIS NO ENTORNO DE CAFEZAIS E SEU IMPACTO NO CONTROLE BIOLÓGICO CONSERVATIVO
Inimigos Naturais, Coffea arabica, Hymenoptera
O café tem enorme importância histórica, social e econômica no Brasil e em Minas Gerais, especialmente a partir do século XIX. No entanto, o cafeeiro é atacado por diversas pragas, que causam grandes prejuízos e levam a um grande uso de agrotóxicos, que oneram os produtores e geram consideráveis passivos ambientais. Dentre estes passivos, está a morte de inimigos naturais, o que gera um círculo vicioso problemático. Uma das soluções para este problema é o uso do controle biológico conservativo, técnica que busca, através do manejo da vegetação dentro ou no entorno da cultura, atrair e manter insetos benéficos, os inimigos naturais, nas áreas de cultivo, para que possam controlar os insetos-praga. Apesar de promissor, aspectos técnicos do controle conservativo, tais como as espécies a serem utilizadas para enriquecimento ou as dimensões espaciais das áreas de borda necessárias para um controle eficiente ainda são pouco conhecidas. Neste trabalho, a ser realizado em uma fazenda no município de Santo Antônio do Amparo, MG, avaliaremos a influência de fragmentos florestais e áreas de pousio na riqueza e abundância de insetos parasitoides de pragas do cafeeiro, com o intuito de observar a influência do tamanho dos fragmentos na riqueza e diversidade destas populações. Para isto, serão colocadas 105 armadilhas em campo, que serão instaladas em talhões de café convencional e orgânico, sendo que um destes talhões possui café plantado diretamente sob o dossel de mata desbastada, tendo sido adotado como testemunha. Além disso, serão instaladas também armadilhas em pontos da mata próxima aos talhões. Será traçado então um círculo imaginário a partir de cada ponto, com 200 metros de diâmetro, e a partir da área de café e mata dentro de cada círculo analisada a partir de imagens de satélite, saberemos a proporção mata/café e poderemos analisar a diversidade de parasitoides para cada uma destas proporções, tanto em manejo orgânico quanto convencional. Esperamos que, a partir dos resultados desta pesquisa, possamos conscientizar a sociedade sobre a importância dos serviços ambientais fornecidos pela vegetação nativa próxima à áreas de cultivo. Também esperamos poder aconselhar, de maneira técnica, produtores e pesquisadores acerca das dimensões mínimas de resquícios de mata, corredores, bordas e outros fragmentos, a serem mantidos próximos às lavouras, de formas a promover e melhorar o controle biológico natural das pragas do cafeeiro no Sul de Minas Gerais.