EVENTOS DE SOJA GENETICAMENTE MODIFICADA E SEUS EFEITOS SOBRE A COMUNIDADE DE INSETOS
Controle Biológico, OGM, Hymenoptera parasitica, Tripes.
A soja (Glycine Max) é a principal commoditie da agroindústria brasileira, sendo que na safra 2021/2022, a área plantada no país foi de 40.921,9 milhões de hectares e a produção atingiu 123.829,5 milhões de toneladas. O trabalho realizado na fazenda experimental Muquén, que pertence à Universidade Federal de Lavras, no município de Lavras objetivou analisar a diversidade de parasitoides sob a influência da proteína Cry1ac em soja geneticamente modificada, analisar níveis de correlação entre o predador Condylostyllus spp e os representantes da ordem Thysanoptera Caliothrips phaseoli, Franknilea Shultzei e Frankniella occidentalis e analisar a coleta de recursos florais por insetos polinizadores. Foram adotados dois tratamentos. Em um dos tratamentos foi cultivada a soja Intacta (eventos MON89788 e MON87701, "Tecnologia Intacta RR2 PROTM") RR2PRO e outro campo com a soja RR (evento 40-3-2, "Tecnologia Roundup Ready" ou "RR"), suscetível ao ataque de pragas. Os insetos foram coletados em armadilhas amarelas (pan-trap) em um período de nove semanas e analisados no Laboratório de Controle Biológico Conservativo (LABCON) da Universidade Federal de Lavras. A soja (TAL) apresentou maior índice de abundância de parasitoides (p=0,02003). Os tratamentos não apresentaram diferença significativa no índice de riqueza (p=0,3099) e no índice de diversidade (p=07816). O polinizador Astylus variegatus obteve maior abundancia no tratamento RR (p=0,00044), sugerindo uma escolha por recursos florais da soja sem a proteína Cry1ac. A correlação entre o predador Condylostyllus spp e os thysanópteros Caliothrips phaseoli, e Frankniella occidentalis foi positiva no tratamento RR (R=0,45) (p= e no tratamento INTACTA (R = 0,64) (p=0,0043). A proteína Cry1ac presente na soja (TAL) não influenciou nos índices de riqueza de espécies e de diversidade em relação à soja isenta da proteína. A interação ecológica entre Condylostylus spp e thysanópteros demanda estudos mais detalhados, que são limitados pela impossibilidade de estudo destes grupos em ambiente controlado.