Comportamento reprodutivo, importância do macho, manipulação e cuidado dos ovos por Doru luteipes (Dermaptera: Forficulidae)
tesourinha, cuidado maternal, criação, controle Biológico
Doru luteipes é um importante predador que se alimenta de pequenos artrópodes-praga, principalmente na cultura do milho. Sua criação em laboratório é importante para realização de estudos diversos e, também para multiplicação de insetos visando liberação em campo. Para que o predador possa se reproduzir no transcorrer de gerações em laboratório é primordial o conhecimento sobre o comportamento de reprodução da espécie. Assim, buscamos compreender a fase de pré-oviposição das fêmeas de D. luteipes, o ritual de acasalamento e o papel do macho para a fertilização dos ovos. Estimamos o ciclo reprodutivo das fêmeas de D. luteipes, estabelecemos o intervalo entre as posturas, a fertilidade e a longevidade das fêmeas. Pesquisamos a importância da fêmea para o desenvolvimento embrionário dos ovos e a possibilidade do uso de fêmeas progenitoras e cuidadoras na criação de D. luteipes. Adicionalmente, investigamos se é possível manter uma criação conjunta com outra espécie de Dermaptera, Euborellia annulipes. Por último, detalhamos os procedimentos gerais a serem utilizados na criação experimental de D. luteipes. Com base nos resultados obtidos verificamos que o ciclo reprodutivo da fêmea de D. luteipes é constante, independente da presença ou ausência do macho, com intervalo entre posturas de aproximadamente 24 dias e colocação de 26 ovos/postura. Assim como para outras espécies de Dermaptera, para D. luteipes há um ritual de acasalamento que permite a fêmea escolher o macho para acasalar o qual é crucial para que os ovos sejam fertilizados durante a vida da fêmea, cuja longevidade está relacionada com a quantidade de descendentes gerados. O desenvolvimento embrionário dos ovos depende do cuidado maternal, sem o qual há contaminação dos ovos por fungos oportunistas. A utilização de fêmeas progenitoras e cuidadoras na criação não é viável, pois a eclosão das ninfas é reduzida quando ocorre a troca de ovos entre fêmeas de D. luteipes, porém as fêmeas não interferem em posturas colocadas próximas, o que pode otimizar espaço na criação laboratorial. A criação conjunta das duas espécies de tesourinhas, D. luteipes e E. annulipes, não é possível devido à alta agressividade de E. annulipes.