MECANISMOS FISIOLÓGICOS E MOLECULARESDA RESISTÊNCIA ÀS TOXINAS Cry1A.105 E Cry2Ab DE Bacillus thuringiensis EM Spodoptera frugiperda
Mutações; Caracterização molecular; Toxina Bt; Transportador ABC; Cultivos transgênicos.
A lagarta do cartucho, Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae), é uma praga polífaga que causa danos significativos a várias culturas economicamente importantes. Nativa das Américas, S. frugiperda invadiu a Ásia e a Oceânia depois de ser introduzida em África, sendo por isto, considerada uma das pragas agrícolas mais significativas a nível mundial. Desde 2003, seu principal método de controle tem sido as culturas transgênicas que produzem proteínas da bactéria Bacillus thuringiensis Berliner (Bt). No entanto, na Colômbia, assim como em outros países, foram relatadas falhas de controle no milho Cry1A.105 e Cry2Ab, o que compromete a eficácia dessa tecnologia no país. Adicionalmente, o mecanismo de resistência às toxinas Cry1A.105 e Cry2Ab em populações colombianas de lagarta-do-cartucho ainda é desconhecido, dificultando o planejamento de estratégias de manejo da resistência desta praga em culturas de milho Bt. Assim, objetivou-se com este trabalho caracterizar o mecanismo molecular da resistência às toxinas Cry1A.105 e Cry2Ab de B. thuringiensis em uma população colombiana de S. frugiperda. A nossa hipótese de trabalho é que, a resistência a Cry1A.105 e Cry2Ab nas populações colombianas de S. frugiperda está relacionada principalmente com mutações no gene que codifica o transportador ABCC2, como foi reportado recentemente em populações de Brasil. Dessa forma, inicialmente compararemos entre a população suscetível e resistente de S. frugiperda os níveis de expressão do gene ABCC2, utilizando qPCR. Seguidamente, sequenciaremos o gene ABCC2 na população resistente para identificar possíveis mutações que conferem a resistência. Por tratar-se de uma população colombiana de S. frugiperda resistente a Cry1A.105 e Cry2Ab, os resultados desta pesquisa complementaram os reportados em outras regiões do mundo, contribuindo para a compreensão da natureza da resistência das toxinas do grupo Cry1A.105 e Cry2Ab de B. thuringiensis, produzidas em culturas transgênicas para o controle de pragas.