MANEJO DE Spodoptera frugiperda E Dalbulus maidis COM FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS E INFLUÊNCIA NA PRODUTIVIDADE DE MILHO
MIP, controle biológico, Zea mays, metodologia de aplicação
A lagarta-do-cartucho Spodoptera frugiperda (J. E. Smith) e a cigarrinha-do-milho Dalbulus maidis (DeLong & Wolcott) são pragas-chave na cultura do milho devido ao alto potencial biótico e difícil controle. Estratégias sustentáveis, como o uso de fungos entomopatogênicos em manejo integrado de pragas, têm ganhado destaque, embora ainda sejam limitados os estudos de campo que comprovem sua eficácia contra essas pragas. Este trabalho objetivou avaliar os efeitos da aplicação dos fungos entomopatogênicos Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae sobre S. frugiperda e D. maidis em milho, e os efeitos desses fungos em S. frugiperda em duas metodologias utilizando dieta artificial. Experimentos foram realizados em condições de laboratório e campo em Lavras, MG, nas safras das águas e safrinha da cultura do milho sob infestação natural de S. frugiperda e D. maidis. Os tratamentos avaliados no estudo serão: T1) Testemunha; T2) B. bassiana; T3) M. anisopliae; T4) B. bassiana + M. anisopliae; T5) jasmonato de metila; e T6) acetamiprid + bifentrina (Sperto®). As plantas foram pulverizadas no total de 3 aplicações até o estádio V8. Os experimentos foram instalados em blocos casualizados, com 4 repetições. Foram avaliados os níveis de infestação de S. frugiperda por meio de escala de notas de injúria (Davis) e o somatório D. maidis ambos nas duas folhas mais novas do cartucho após cada aplicação em V4, V6 e V8, em V8 foi avaliado o teor de clorofila e alturas das plantas, em R3 as plantas foram avaliadas quanto aos sintomas das doenças transmitidas pela cigarrinha-do-milho. No final do ciclo foram avaliados o peso de 10 espigas por parcela, peso dos grãos debulhados e peso de 100 grãos. Na safra, houve diferenças significativas para os efeitos de tratamento e estádio para nota de injúria e cigarrinha-do-milho. As menores notas de injúria ocorreram com (Sperto®) e B. bassiana, que não diferiram entre si; os tratamentos com M. anisopliae, MeJA e testemunha foram intermediários, não diferindo de B. bassiana + M. anisopliae, com a maior média de injúria. A maior nota de injúria foi observada em V6 em relação a V4 e V8, que não diferiram. Em V4 e V6 foram observadas menores taxas de cigarrinha do milho, que não diferiram entre si. Já na safrinha, as notas das injúrias dos tratamentos não diferiram entre si, apenas em todos os estágios vegetativos. Em V8, foi observado as menores notas das injúrias. Em relação ao número de cigarrinhas, foi observado as menores taxas em V6 e V8, que não diferiram entre si. Não houve diferenças significativas entre os tratamentos para os parâmetros de produtividade, teor de clorofila, altura de plantas e doenças nas duas safras. O fungo B. bassiana foi tão eficiente quanto o inseticida químico na redução de injúrias de S. frugiperda na cultura do milho. O bioensaio testou duas metodologias: dieta solidificada e dieta em pedaços, aplicando 40 µL de tratamentos: Testemunha (água); B. bassiana; M. anisopliae; B. bassiana + M. anisopliae; e acetamiprid + bifentrina (Sperto®); em lagartas neonatas de S. frugiperda. Após 10 dias, avaliaram-se peso e mortalidade. Na dieta solidificada, M. anisopliae e acetamiprid + bifentrina mostraram maior mortalidade, enquanto a testemunha e a combinação de fungos apresentaram menores taxas, e B. bassiana teve resultados intermediários. Na dieta em pedaços, acetamiprid + bifentrina foi mais eficaz em mortalidade. A dieta solidificada favoreceu M. anisopliae, alcançando eficiência comparável ao inseticida químico, evidenciando que os fungos entomopatogênicos podem ser usados no manejo integrado da lagarta-do-cartucho para o controle direto dessa praga.