RETROANÁLISE DA RUPTURA DE BARRAGENS ALTEADAS À MONTANTE NO ESTADO DE MINAS
GERAIS: OS CASOS DE MARIANA E BRUMADINHO
..................................................Dam Break, Ruptura Hipotética, Hidrograma de Ruptura, Macha de
Inundação.
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A utilização da disposição de rejeitos de mineração em meio úmido, tal como as barragens
de rejeitos de mineração, tem sido amplamente utilizada na história da mineração em
Minas Gerais, e a presença destas estruturas gerou a necessidade da criação de uma
legislação nacional própria ao conhecimento da sua segurança. Da Lei no 12.334 (2010),
a Política Nacional de Segurança de Barragens, até a sua atualização pela Lei no 14.066
(2020), houve uma década de discussões e proposições de melhorias sobretudo após os
rompimentos em Mariana (2015) e Brumadinho (2019), onde os Planos de Segurança das
Barragens – PSB, passaram a exigir estudos de dam break, ou rompimento hipotético
mais rigorosos, sobretudo visando as situações de piores condições. Neste âmbito, este
presente trabalho visou a concepção de um estudo de dam break em retroanálise destes
dois casos, a partir de dados retirados de documentos originais da gestão e auditoria destas
barragens. Os hidrogramas foram criados a partir do software Hec-HMS® 4.7.1, para
diversos métodos de aferição do volume mobilizado na ruptura, obtendo um valor de
vazão máxima para Mariana, de 22.082,8 m3/s para 32 Mm3 de rejeitos mobilizados. Para
Brumadinho, foi encontrada a vazão máxima de 27.178,9 m3/s, para 9,7 Mm3 dispersados.
As manchas de inundação foram obtidas através do software Hec-RAS® 5.0.7, baseado
nos modelos digitais de elevação SRTM (resolução de 30 m) e Alos Palsar (resolução de
12.5 m), obtendo uma melhor aferição dos resultados hidrodinâmicos com maior
fidelidade à situação real pelo o modelo de 12.5 m em ambos os casos de estudo.