IMPACTOS DA COLETA SELETIVA EM SALINAS - MG: AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA EM DIFERENTES CENÁRIOS
coleta seletiva, Resíduos Sólidos Urbanos, ACV
O município de Salinas-MG está localizado no Vale do Jequitinhonha, uma região com grandes deficiências no saneamento básico. O município possui coleta seletiva e associação de catadores, porém o percentual de aproveitamento é baixo, sendo aproveitado 1,95% do total de RSU e atendendo a 29,6% das vias da coleta convencional. O trabalho teve por objetivo a proposta do aumento progressivo da coleta seletiva em 5%, 10% e 20% de aproveitamento de RSU para um intervalo de 20 anos. A metodologia consistiu nas previsões populacionais de geração per capita de RSU e proporcionalmente calculadas as massas de materiais recicláveis conforme SNIS; o ano do diagnóstico foi 2020 e do prognóstico 2039. A metodologia foi de acordo o manual de gerenciamento de RSU da FUNASA (2010) e, após o cálculo das massas de materiais recicláveis no intervalo, foi efetuada a inserção dessas massas no software GABI versão 9.1. O objetivo da ACV nos cenários foi avaliar o CO2 equivalente que deixaria de ser emitido pelo aterro com a ampliação da coleta seletiva em 5%, 10% e 20% dos materiais recicláveis conforme metodologia adaptada de LEME (2010). Os resultados foram a geração per capita em 2039 de 1,56kg/hab/dia. A massa de RSU sólidos no intervalo de 20 anos foi de 340.177 toneladas; a visualização desse montante, considerando uma massa específica de 231 kg/m³, seria o equivalente a uma pilha de área de base igual ao mercado municipal, 6.342 m ², e com 232 metros de altura de RSU. A massa de RSU que pode ser reciclada, conforme literatura, é de 40,1% correspondente a 136.411 toneladas. No cenário de 5% seriam desviadas do aterramento 17.008 toneladas de RSU, no cenário de 10% o valor seria 34.017 toneladas e no cenário de 20% seria de 68.035 toneladas de RSU recicláveis. A ACV, no cenário de 5% de aproveitamento de RSU pela coleta seletiva, apresenta uma emissão equivalente a 189.525 toneladas de CO2 equivalentes dos Gases do Efeito Estufa pelo aterro. Já no cenário de 10%, esse montante corresponde a 179.550 toneladas e no cenário de 20% seria correspondente a 159.600 toneladas de dióxido de carbono equivalentes. Por conclusão, têm-se que o acréscimo da coleta seletiva possibilitará ganhos ambientais, econômicos e sociais.