VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DO SARS-CoV-2 EM EFLUENTE SANITÁRIO DO CAMPUS UNIVERSITÁRIO E ESGOTO DOMÉSTICO DO MUNICÍPIO DE LAVRAS/MG
Águas residuárias; Concentração viral; COVID-19, Pandemia; RT-qPCR.
O rastreamento do vírus SARS-CoV-2 é uma medida de grande importância para implementação de contramedidas que minimizem o risco da propagação viral para a população humana. Portanto, o conhecimento sobre o SARS-CoV-2 em amostras ambientais, como esgotos, é uma ação fundamental para controlar a pandemia da COVID-19. Nesse sentido, esta pesquisa objetivou em realizar a detecção e quantificação da carga viral do SARS-CoV-2 em amostras de esgotos coletadas nas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) do município de Lavras - MG, visando o rastreamento da carga viral do vírus. As amostras de esgoto foram coletadas semanalmente nas entradas das ETEs municipais incluindo a ETE-UFLA, situada no Campus Universitário. A concentração viral foi realizada por meio do método de filtração por membrana eletronegativa. Para detecção e quantificação do SARS-CoV-2 utilizou-se o método do RT-qPCR, considerando um volume final de 25 μL de reação, e 5 μL do material genético (template) para a detecção da região do N1 do genoma do SARS-CoV-2. Variáveis físicas, químicas e microbiológicas do material amostrado também foram analisadas, bem como o levantamento da compilação dos registros de indivíduos infectados entre julho de 2021 a julho de 2022 nos informativos epidemiológicos visando uma avaliação da possibilidade de correlação das diferentes variáveis com a concentração viral do SARS-CoV-2 presente nessas amostras. Os resultados alcançados mostraram que o monitoramento das ETES permitiu avaliar a concentração de SARS-CoV-2 nos esgotos, mostrando uma concentração entre 0 a 1.680 cópias de RNA/L por amostra. Os resultados complementam o monitoramento via testagem e mostraram uma linha de tendência com a elevação do número de casos e concentração circulante nos esgotos, especialmente nas semanas epidemiológicas 2ª a 6ª do ano de 2022 que sucederam as festas de final do ano e carnaval. A concentração viral das três estações aumentou no mês de janeiro e fevereiro do ano de 2022, o que pode ter sido provocado pelo retorno do período letivo e também o surgimento da variante B.1.1.529. Foi possível detectar, quantificar a carga viral do SARS-CoV-2 nas amostras analisadas, bem como, correlação desta com as variáveis físicas químicas e microbiológicas. Os resultados nos comprovam que a carga viral encontrada em nossas amostras pode ser de casos clínicos de conhecimento, mas, também de casos assintomáticos.