O Congado como Cultura de Resistência Popular e educação antirracista: vozes e olhares no municipio de Oliveira-MG
Congado;cultura de resistência;pedagogia.
Apesar de ser uma celebração cultural secular trazida pelos escravizados de diversas nações africanas e estar inserida no contexto cultural brasileiro, o Congado ainda enfrenta forte resistência de aceitação e respeito por parte da sociedade, principalmente devido a questões religiosas e raciais. O presente estudo tem como objetivo investigar a relação dos aspectos culturais e simbólicos pertencentes à celebração do festejo de N. Sra. do Rosário no Município de Oliveira-MG como alicerce para o desenvolvimento, implementação e ações pedagógicas no sentido de mitigar e desmistificar os olhares preconceituosos em relação a essa manifestação. Especificamente pretende-se analisar como o Congado contribuiu para o enriquecimento da práxis pedagógica ancorado na cultura de resistência, na questão política, social, religiosa, corporal e racial na vida dos jovens participantes do festejo e da comunidade local. A hipótese surge no sentido de expor que o Congado se apresenta como uma manifestação cultural de resistência e pode contribuir para expansão e criação de pedagogias de ensino multidisciplinares. Foram entrevistados os sujeitos participantes do Congado: desde seus fundadores aos jovens iniciantes. Para analisar o conteúdo das entrevistas e comprovar a relevância cientifica do estudo, a metodologia adotada pauta-se na Análise de Conteúdo proposta por Laurence Bardin. O estudo possui aspectos de pesquisa participante, exploratória e descritiva. Os resultados parciais do estudo apontam para uma dificuldade de inserção da cultura do Congado no conteúdo pedagógico fundamentado em preconceitos étnico-raciais e culturais que ainda expõem as feridas dos mais de três séculos de escravidão no Brasil.