Indução de Flores Masculinas em Humulus lupulus para incorporação de modificações genéticas em progênies femininas
HlMyb8, OGM, Biotecnologia, ácidos α e β
Humulus lupulus, conhecido como lúpulo, é uma planta dióica e perene da família Cannabaceae, amplamente cultivada em regiões de clima temperado. Suas inflorescências femininas, os cones, contêm glândulas de lupulina que armazenam compostos bioativos, como os ácidos α e β, essenciais para a indústria cervejeira, devido à sua contribuição para o sabor e o amargor da bebida. No Brasil, o cultivo de lúpulo é emergente e voltado para pequenas produções artesanais, com potencial para reduzir a dependência de importações e fortalecer a economia agrícola. A biossíntese de ácidos amargos envolve vias metabólicas complexas, onde precursores compartilhados também participam da produção de flavonoides. Essa competição metabólica impacta a produção dos compostos desejados, como os derivados de humulona e lupulona. O fator de transcrição HlMyb8 regula genes associados à biossíntese de flavonoides, desviando recursos que poderiam ser utilizados na síntese de ácidos amargos. Tecnologias como CRISPR-Cas9 e Floral Dip Transformation emergem como ferramentas promissoras para manipular geneticamente o lúpulo. A CRISPR-Cas9 permite a desativação precisa de HlMyb8, aumentando a produção de ácidos α e β ao redirecionar precursores metabólicos. O método Floral Dip Transformation possibilita a introdução eficiente de genes de interesse em plantas. Para viabilizar essa abordagem no lúpulo, a masculinização de plantas femininas com tiossulfato de prata (STS) permite a produção de sementes viáveis por polinização cruzada controlada, superando as limitações da reprodução dióica. Este projeto tem como objetivo desenvolver estratégias para otimizar a produção de ácidos α e β em Humulus lupulus por meio da manipulação genética. As principais abordagens incluem a utilização da tecnologia CRISPR-Cas9 para modular a expressão do gene HlMyb8 e o uso do método Floral Dip Transformation, viabilizado pela masculinização de plantas femininas com STS. Espera-se que esses esforços contribuam para melhorar a qualidade dos insumos para a indústria cervejeira e consolidar o cultivo de lúpulo no Brasil.