INFLUÊNCIA DE VARIAÇÕES MORFOFISIOLÓGICAS NA PRODUTIVIDADE DE GRAMÍNEAS COM DIFERENTES VIAS FOTOSSINTÉTICAS EM CONDIÇÕES DE DÉFICIT HÍDRICO
gramíneas; déficit hídrico; ecofisiologia vegetal; plasticidade fenotípica; metabolismo C₃–C₄
A produção de gramíneas, base da alimentação humana e animal, tem sido impactada pela variabilidade climática, sobretudo pela limitação hídrica. Embora espécies com metabolismo C₄ apresentem maior eficiência produtiva sob seca e espécies C₃ exibam maior sensibilidade, o desempenho de gramíneas com metabolismo intermediário C₃–C₄ permanece pouco compreendido. Este estudo avaliou, em condições controladas, a resposta de Triticum aestivum (C₃), Urochloa brizantha (C₄), Homolepis isocalycia e H. longispicula (C₃–C₄) à restrição hídrica, com base em parâmetros hídricos, integridade celular, alocação de biomassa e produtividade. U. brizantha destacou-se pelo alto rendimento sob irrigação, o que acentuou a diferença relativa sob estresse, sem que isso implicasse necessariamente menor resiliência. T. aestivum apresentou forte redistribuição de biomassa e perda produtiva, refletindo limitações fisiológicas sob déficit. Já H. longispicula manteve a produtividade com ajustes estruturais consistentes, enquanto H. isocalycia exibiu estabilidade morfológica com alterações mais discretas. Os resultados ressaltam o potencial adaptativo das gramíneas C₃–C₄ e indicam que seus mecanismos ainda pouco explorados podem contribuir para o desenvolvimento de cultivares mais eficientes em ambientes de seca. A continuidade das investigações, com validação em campo e análise anatômica e molecular, pode ampliar a compreensão sobre a base funcional da plasticidade entre os tipos fotossintéticos.