ANÁLISE DA DINÂMICA DE CARBONO NAS DIFERENTES FITOFISIONOMIAS DE CERRADO EM MINAS GERAIS
estoque de carbono, dinâmica da vegetação, clima, cerrado.
O estoque de carbono é considerado como um dos serviços ecossistêmicos mais importantes desempenhados por uma vegetação. Estudos que avaliem diferentes métodos de estimativa de carbono no domínio Cerrado podem ser úteis para o entendimento do potencial de estocagem de carbono nas diferentes fitofisionomias do domínio. A saber, o Cerrado é apontado como importante sumidouro de carbono, dada a sua capacidade de armazenar grandes quantias de dióxido de carbono (CO2). Nessa conjuntura, este estudo teve como objetivo: (I) realizar a quantificação do estoque de carbono presente nas fitofisionomias Cerradão, Campo Cerrado e Cerrado sensu stricto, no estado de Minas Gerais, nos anos de 2005 e 2010; (II) estimar a diferença do estoque de carbono entre as mensurações (delta de carbono); (III) realizar a comparação entre as diferentes equações de estimativa de carbono; (IV) modelar o estoque de carbono no domínio Cerrado em função de variáveis climáticas e da dinâmica da vegetação. Os dados utilizados para esta análise são provenientes do Inventário Florestal de Minas Gerais, e correspondem a 25 fragmentos de Cerrado, que foram inventariados nos anos de 2005 e 2010. Nas parcelas inventariadas, mensurou-se todos os indivíduos com DAP ≥ 5 cm e a altura total de todos os indivíduos que atenderam o critério de inclusão, bem como realizou a identificação botânica. A estimativa do estoque de carbono foi realizada por fragmento, a partir de cinco equações encontradas na literatura, ajustadas para cada fitofisionomia do domínio. Com base nas estimativas de carbono para cada ano de medição, foi calculado o delta de carbono e, após as estimativas, foram realizados o teste t pareado e o teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov (K-S). Dentre as áreas estudadas, destaca-se que a fitofisionomia cerrado sensu stricto apresentou maior potencial de estocagem de carbono se comparada às demais fitofisionomias, apresentando um ganho médio de 679,97 Mg/há. Das equações utilizadas, a equação proposta por Scolforo et al. (2008) foi considerada a mais precisa para estimar o carbono no Cerrado da região de estudo considerada. Após a estimativa do delta de carbono, foi realizada a sua modelagem em função de variáveis climáticas e das taxas de dinâmica vegetacional com o uso do “Random Forest” (RF). O recrutamento foi maior que a mortalidade, e o ganho de área basal foi maior do que a perda em área basal, resultando em taxas de mudança líquida positivas. O modelo ajustado pelo RF apresentou bom desempenho com um coeficiente de determinação (R2) de 91,7%, MAE de 0.413 e RMSE de 0.784. Portanto, nosso estudo permite compreender o impacto que variáveis climáticas e taxas de dinâmica vegetacional exercem sobre a capacidade do Cerrado em estocar CO2 presente na atmosfera.