LONGEVIDADE E ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS, FISIOLÓGICAS E BIOQUÍMICAS DURANTE O ENVELHECIMENTO DE SEMENTES FLORESTAIS
conservação de sementes; enzimas antioxidantes; equação de longevidade; ipê amarelo; p50.
Diversos fatores influenciam na longevidade das sementes florestais, dessa forma, avaliar o comportamento das sementes durante o armazenamento é fundamental, bem como utilizar técnicas de previsão de longevidade para a melhor gestão de bancos de germoplasma. Além disso, é importante obter informação a respeito da relação entre as características morfológicas e genéticas na sobrevivência das espécies, e alterações fisiológicas e bioquímicas relacionadas a degradação das sementes, para melhor compreensão dos mecanismos de defesa das espécies e adoção de possíveis estratégias para a conservação dos recursos genéticos vegetais. Diante disso, o objetivo do estudo foi classificar a longevidade de espécies florestais e relacioná-la com características morfofisiológicas, e investigar as alterações fisiológicas e bioquímicas durante o envelhecimento natural e artificial em sementes de Handroanthus serratifolius. Para a classificação da longevidade as sementes foram submetidas ao envelhecimento acelerado (solução saturada de cloreto de sódio (NaCl) (75% UR); temperatura de 35 °C) e avaliadas por meio do teste de germinação, para obtenção das estimativas de p50 por meio de análise Probit. Além disso, foram quantificadas/determinados o teor de lipídeos das sementes (L), espessura do tegumento (ET), presença de endosperma (END) e relação entre o tegumento e tecidos internos das sementes (TT). Foram utilizadas sementes de H. serratifolius armazenadas em câmara fria (20 °C e 60 % de UR) e envelhecidas artificialmente pelo teste de envelhecimento acelerado (35°C e 75% de UR). Em seguida foi determinado o vigor, viabilidade e as alterações bioquímicas pela atividade de enzimas antioxidantes. Todo o experimento foi realizado em delineamento inteiramente casualizado (DIC) com os dados analisados por meio de análise de variância (ANOVA), regressão polinomial, correlação de Pearson e análise de componentes principais (ACP). O p50 variou amplamente entre as espécies avaliadas, sendo influenciado por fatores como espessura do tegumento e teor de lipídeos. Sementes de Fabaceae apresentaram maior longevidade e tegumento mais espesso, enquanto sementes de Bignoniaceae tiveram maior conteúdo lipídico e menor longevidade. Para H. serratifolius, as sementes mantiveram alta viabilidade por até cinco anos em armazenamento frio e redução significativa em vigor e germinação após 15 dias de envelhecimento acelerado. A acumulação de H₂O₂ e MDA correlacionou-se negativamente com índices de vigor e viabilidade, enquanto a atividade enzimática antioxidante não demonstrou influência significativa na perda de viabilidade das sementes. O teste de envelhecimento acelerado é útil para classificar sementes de espécies florestais quanto a longevidade e as características morfofisiológicas influenciaram a longevidade das sementes estudadas. As sementes de H. serratifolius apresentam alterações fisiológicas e bioquímicas significativas durante o armazenamento natural e artificial.