Determinação da umidade de sementes pelos métodos de estufa a 105 e 130 ºC
Sementes florestais, tecnologia de sementes, teor de água
As sementes são fundamentais para a agricultura e a conservação de espécies, sendo o controle do teor de água essencial para a manutenção de sua qualidade. Este estudo avaliou a eficácia do método de determinação de umidade em sementes a 130 °C por diferentes períodos, comparando-a ao método padrão a 105 °C por 24 horas, além de analisar o consumo energético dos dois procedimentos. Também foi investigado o tempo necessário para a estabilização da perda de água em sementes submetidas a 105 °C, considerando diferentes intervalos em relação ao padrão. O experimento foi realizado no Laboratório de Sementes Florestais da UFLA, utilizando sementes diversas sementes.As amostras foram secas em estufa a 105 °C e 130 °C por tempos variados. O teor de água foi determinado com quatro repetições por tratamento, seguindo um delineamento inteiramente casualizado, com análise de variância (ANOVA) e comparação de médias pelo teste de Dunnett (α = 5%). O consumo energético foi medido a partir da potência da estufa e seu tempo efetivo de funcionamento. Dois experimentos independentes foram conduzidos. No primeiro, o teor de água foi determinado por dois métodos descritos nas Regras para Análise de Sementes: o método padrão (105 °C por 24 horas) e o método a 130 °C, com tempos de secagem de 1, 2, 3 e 4 horas. No segundo experimento, o tempo de secagem a 105 ± 3 °C foi ampliado para 6, 14, 24, 30, 36 e 48 horas, com o intuito de identificar o momento em que o peso constante da amostra é atingido. Em ambos os casos, a contagem do tempo de secagem iniciou-se após a estabilização térmica da estufa (Solidsteel SSD-64L). Os resultados indicaram que a resposta das sementes variou conforme a espécie e o método utilizado. No primeiro experimento, sementes de banana-de-macaco e ipê-da-serra apresentaram teor de água estatisticamente iguais entre os métodos a 130 °C (1 a 4 horas) e o padrão a 105 °C por 24 horas. Já sementes de ipê-mirim e leucena tiveram médias semelhantes apenas na primeira hora de secagem a 130 °C, comparando com o padrão. Para as sementes de angico-amarelo e ingá-vera, os valores se igualaram a partir de 2 horas a 130 °C. Em relação ao consumo de energia, os tratamentos a 130 °C demandaram menos eletricidade do que o método padrão, com uma redução de até 95,42% no tratamento de 1 hora. O menor tempo de secagem a temperaturas mais altas aumentou a eficiência energética e reduziu os custos operacionais. No segundo experimento, avaliando diferentes tempos a 105 °C, sementes como tingui e aguaí apresentaram médias iguais estatisticamente ao tempo padrão após 6 horas. Sementes de outras espécies necessitaram de até 48 horas para a estabilização do peso, demonstrando que o tempo ideal varia conforme a espécie. Os resultados mostraram que o método a 130 °C pode ser uma alternativa viável para diversas espécies, reduzindo tempo e consumo energético sem comprometer a precisão da análise. Ajustes no tempo de secagem a 105 °C também podem ser utilizados para algumas espécies, tornando os processos laboratoriais mais eficientes.