IDENTIFICAÇÃO IN SILICO DOS ALVOS PROTEICOS DE CHAETAGLOBOSINAS E BENZOTRIAZINAS EM NEMATOIDES PARASITAS DE PLANTAS, E SELEÇÃO DE SUBSTÂNCIAS COM ATIVIDADES NEMATICIDAS PARA O CONTROLE DE Meloidogyne incognita
Chaetoglosina, benzoatriazina, docking molecular, proteína quinase 14 ativada por mitógeno (MAPK), proteína transportadora de serotonina dependente de sódio (SERT), nematicida, Meloidogyne incognita.
Fitonematoides do gênero Meloidogyne são parasitas responsáveis pela redução da produção agrícola em todo mundo. Dentre os métodos para o controle de tais parasitas se destaca o manejo químico, que pode ocasionar a contaminação do homem e do ambiente com substâncias de elevada toxicidade. Portanto, novos métodos e produtos para o controle de tais nematoides, com menores impactos sobre o homem e ambiente, são demandados pela sociedade em geral. Em decorrência, várias substâncias orgânicas ativas contra nematoides têm sido identificadas. Entretanto, a produção dessas substâncias em escala comercial nem sempre é exequível, o que torna necessário o uso de tais substâncias como base para o desenvolvimento de novos nematicidas de custo acessível. Para tanto, a química computacional é uma ferramenta muito promissora. Logo, com vistas a contribuir para o desenvolvimento de novos nematicidas para o controle de Meloidogyne spp., este trabalho objetivou identificar in silico os alvos proteicos das chaetoglosinas A e B, e das benzotriazinas A6 e A8, nos referidos nematoides, para que sirvam de modelos para a geração futura de estruturas químicas mais eficientes como nematicidas. Além disso, também se investigou in vitro e in vivo as atividades nematicidas dos inibidores dos alvos de cada grupo de substâncias. Os resultados do estudo in silico mostram que as afinidades das chaetoglobosinas A e B pela proteína transportadora de serotonina dependente de sódio (SERT) são similares às afinidades calculadas para os inibidores de tal proteína; e que as afinidades das benzoatriazinas A6 e A8 pela proteína quinase 14 ativada por mitógeno (MAPK) também são similares aos valores calculados para os inibidores dessa proteína. Dentre os inibidores da SERT, selecionou-se a paroxetina, que paresentou concentração letal para 50% (CL50) dos juvenis do segundo estádio (J2) de Meloidogyne incognita igual a 351,26 μg/mL. Nas mesmas condições, o controle positivo (fluensulfona) apresentou CL50 de 39,31±1,51 μg/mL. A paroxetina também reduziu a patogenicidade de M. incognita em casa de vegetação. Dentre os inibidores da MAPK, o que se mostrou mais promissor foi o TCS ERK 11e, queapresentou atividade nematicida moderada contra J2 de M. incognita in vitro. Portanto, o estudo futuro de inibidores da SERT e MAPK se mostra potencialmente útil para o desenvolvimento de novos nematicidas com vistas ao controle de M. incognita.