Óleos essenciais e hidrolatos: avaliação da variabilidade química, atividades biológicas e nanoencapsulamento para cicatrização de feridas
Orégano; Cicatrização de feridas; Nanoencapsulamento; Fitoquímica; Quimiotipos.
O crescente interesse em produtos naturais para aplicações na saúde tem impulsionado a busca por novas terapias, especialmente no tratamento de feridas cutâneas, sendo um desafio para a saúde pública global. Os óleos essenciais, uma mistura complexa de compostos voláteis, são uma alternativa para a cicatrização de feridas devido às suas propriedades biológicas comprovadas. Objetivou-se nesse trabalho avaliar e comparar a variabilidade química de acessos de Origanum vulgare subsp. virens de Portugal, por meio do estudo da composição química do óleo essencial, do hidrolato e dos compostos voláteis obtidos por microextração em fase sólida em headspace (HS-SPME); avaliar o potencial citotóxico, antioxidante e cicatrizante in vitro em células de queratinócitos humano e a atividade antimicrobiana contra Escherichia coli e Staphylococcus aureus; desenvolver e caracterizar nanofibras de poli(ácido lático) (PLA) encapsuladas com óleo essencial pela técnica de fiação por sopro em solução (SBS) e avaliar seu potencial no processo de cicatrização de feridas. Os óleos essenciais e o hidrolato foram obtidos por hidrodestilação, caracterizados e quantificados por Cromatografia Gasosa acoplada ao Espectrômetro de Massas (GC/MS) e Cromatografia Gasosa com Detector de Ionização de Chamas (GC/FID). Para avaliar o potencial citotóxico dos óleos essenciais será realizado o ensaio de viabilidade celular (MTT), o de estresse oxidativo (ROS) para atividade antioxidante e de migração celular (teste do arranhão) em células HaCaT para o teste de cicatrização de feridas. As nanofibras produzidas serão caracterizadas por Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), Espectrosocopia no Infravermelho (FTIR) e Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC). Os resultados preliminares obtidos, estão apresentados no primeiro artigo científico que compõe a tese, o qual demonstrou uma notável diversidade química em 12 acessos de O. vulgare de Portugal. Foram identificados dois quimiotipos principais, linalol e compostos terpênicos com características fenólicas (timol e carvacrol). Diante dos resultados infere-se que esse estudo fitoquímico inicial é fundamental, pois estabelece a base para uma seleção dos quimiotipos que se deseja trabalhar para as seguintes aplicações biológicas.