"FELIDS AND SPATIAL INTERACTIONS WITH ROADS: ROAD-KILL, CORRIDORS, AND SPACE USE IN BRAZIL"
Conectividade. Atropelamento. Mitigação. Efeitos indiretos. Uso do espaço. Cobertura da paisagem. Felídeos.
As estradas estão entre as ameaças mais importantes para a vida silvestre, principalmente porque são fontes onipresentes de mortalidade, perda e fragmentação de habitat. Quase todas as espécies de felídeos no Brasil são listadas como Vulneráveis nacionalmente, e alguns estudos relatam que são espécies particularmente vulneráveis aos efeitos negativos das estradas. Neste trabalho, utilizamos duas abordagens para avaliar como seis das dez espécies de felídeos que ocorrem no Brasil interagem espacialmente com estradas. No primeiro artigo, comparamos o resultado de dois métodos comumente usados para identificar segmentos de estradas para mitigação: modelos de corredores potenciais de movimento e modelos de probabilidade de atropelamento. Aplicamos a teoria de circuito para identificar segmentos de estrada que cruzam corredores de movimento e o algoritmo da máxima entropia para identificar segmentos de estrada com alta probabilidade de atropelamento para cinco espécies: gato-do-mato-pequeno do norte e do sul Leopardus guttulus e L. tigrinus, jaguatirica L. pardalis, jaguarundi Herpailurus yagouaroundi e onça parda Puma concolor. Descobrimos que corredores de movimento e alta probabilidade de atropelamento não ocorrem nos mesmos segmentos de estrada e sugerimos que os dois métodos devem ser usados de forma complementar ao se priorizar segmentos de estrada para mitigação. No segundo artigo, usamos a modelagem de equações estruturais para avaliar os efeitos diretos e indiretos das estradas no uso do espaço por onças-pintadas no Brasil. Os resultados mostraram que o uso do espaço por onças-pintadas não é diretamente influenciado por estradas, mas que estas influenciam o uso do espaço indiretamente por meio de seus efeitos na cobertura do solo. Estradas pavimentadas e não pavimentadas reduzem a quantidade de habitat natural e favorecem as áreas urbanas, o que por sua vez reduz a ocorrência de onças. Argumentamos que os efeitos indiretos das estradas são sutis e não devem ser subestimados, especialmente considerando as espécies ameaçadas que vivem em uma paisagem onde crescem os planos para aumentar a rede de estradas. O terceiro manuscrito é uma compilação de dados georreferenciados de atropelamentos no Brasil, no qual compartilho a autoria.