RESPOSTAS ESTRUTURAIS, FISIOLÓGICAS E BIOQUÍMICAS ASSOCIADAS À TOLERÂNCIA AO DÉFICIT HÍDRICO EM GENÓTIPOS DE MARACUJAZEIROS
Anatomia foliar; déficit hídrico; Maracujazeiro; prolina; plasticidade estrutural.
O déficit hídrico é um dos principais fatores limitantes ao crescimento e à produtividade do maracujazeiro (Passiflora edulis), afetando processos fisiológicos, bioquímicos e anatômicos. O presente estudo avaliou quatro genótipos (IAC 1013, IAC 273, IAC 277 e BRS Rubi) sob duas condições hídricas contrastantes — capacidade de campo (WW) e déficit hídrico (WD) — visando compreender as estratégias adaptativas frente à seca. As análises fisiológicas, bioquímicas, anatômicas e de crescimento foram realizadas em delineamento fatorial, com variáveis submetidas à ANOVA e comparação de médias pelo teste de Tukey (p ≤ 0,05). O estresse hídrico reduziu significativamente a fotossíntese líquida, a condutância estomática e o potencial hídrico foliar, mas promoveu aumento na eficiência intrínseca no uso da água e na acumulação de prolina, açúcares e amido, indicando ajustes osmóticos e proteção metabólica. A estabilidade das clorofilas e da eficiência fotoquímica (Fv/Fm) refletiu manutenção do aparato fotossintético sob seca moderada. No nível anatômico, observaram-se reduções na espessura foliar, nas áreas de xilema, floema e colênquima, além de diminuição da área de espaços intercelulares, configurando respostas estruturais voltadas à conservação de água. As variáveis de crescimento também foram afetadas, com reduções em altura, área foliar e biomassa aérea, acompanhadas por incremento na relação raiz/parte aérea, demonstrando realocação adaptativa de recursos. Entre os genótipos, IAC 273 e IAC 277 apresentaram maior plasticidade anatômica e metabólica sob déficit hídrico, enquanto IAC 1013 e Rubi exibiram comportamento mais conservativo, com manutenção estrutural e hidráulica. Esses resultados evidenciam diferentes estratégias de tolerância entre genótipos de Passiflora edulis, baseadas na integração entre controle estomático, ajuste osmótico e reorganização anatômica, contribuindo para a compreensão dos mecanismos de adaptação à seca.