ENCAPSULAÇÃO DA PRÓPOLIS VERDE EM SISTEMAS LIPÍDICOS MICROESTRUTURADOS UTILIZANDO ÓLEOS DE MACAÚBA
Encapsulação, spray chilling, emulsificação por fusão, óleo de macaúba, própolis verde.
A própolis apresenta reconhecidos benefícios à saúde, porém seu uso é limitado pelo odor e sabor intensos, além da degradação de seus compostos, resultando em baixa biodisponibilidade. A microencapsulação destaca-se como estratégia promissora para proteção e liberação controlada de substâncias bioativas, e a adoção de óleos não convencionais em carreadores lipídicos representa uma inovação nesse campo. Assim, este estudo investigou a incorporação dos óleos de polpa (OMP) e de amêndoa (OMA) da macaúba a uma matriz de ácido esteárico (AE) para encapsular extrato de própolis verde, empregando as técnicas de spray chilling e emulsificação por fusão. As micropartículas obtidas foram caracterizadas em termos morfológicos, físico-químicos, térmicos, eficiência de encapsulamento (EE), atividade antioxidante e estabilidade durante o armazenamento, além da avaliação da biodisponibilidade in vitro para as partículas obtidas no spray chilling. De modo geral, todas as formulações apresentaram EE superior a 60%, sem formação de novas ligações químicas detectadas por FTIR, sugerindo interação física entre os componentes. A adição dos óleos de macaúba reduziu a cristalinidade do AE, porém não impediu a reorganização dos cristais, culminando na expulsão do extrato para a superfície e perda de atividade ao longo do armazenamento. Apesar disso, as partículas produzidas via spray chilling retiveram mais de 40% dos fenólicos iniciais, enquanto aquelas por emulsificação por fusão apresentaram retenção de cerca de 20%. A simulação gastrointestinal in vitro comprovou que a microencapsulação ampliou a bioacessibilidade dos polifenóis, com maior liberação no intestino das amostras AO60OMP40 e AE60OMA40. Em conclusão, ambas as técnicas – spray chilling e emulsificação por fusão – são métodos promissores para encapsular extrato de própolis verde. Contudo, ainda se faz necessário aprofundar o estudo das variáveis de processo, como a concentração de lipídios, surfactante e ativos, bem como explorar novas misturas lipídicas para otimizar a eficiência de encapsulamento e a preservação dos compostos ao longo do tempo.