UTILIZAÇÃO DE AGREGADOS RECICLADOS PARA PRODUÇÃO DE BLOCOS DE CONCRETO
Resíduos de construção e demolição, alvenaria, fibras naturais
A construção civil é responsável por grande parte dos resíduos que são gerados no Brasil e no mundo, além de consumir uma quantidade expressiva de recursos naturais. Contudo, o desenvolvimento de novos materiais a partir destes resíduos pode levar este setor a absorver grande parte dos resíduos gerados em suas obras, reaproveitando-os de diferentes maneiras. Diante do exposto, a presente pesquisa tem por objetivo avaliar a viabilidade de confecção de blocos de concreto utilizando resíduos de construção e demolição como agregado miúdo, bem madeiras de eucalipto e pinus também provenientes de resíduos do setor construção civil. Foi avaliada a substituição de 0%, 20%, 40% e 50% da areia pelo agregado miúdo proveniente de construção e demolição, com ou sem a inserção de 2,5% de resíduo de pinus e eucalipto. Os blocos foram produzidos na cidade de Ijaci –MG, em máquina vibroprensa com a formulação inicial de 8,2% de cimento CPV-ARI, 45,9% de areia, 45,9% de pó de pedra e 8,8% de água. Após produção, os blocos foram mantidos em temperatura ambiente por 28 dias para realização da cura. Em seguida, foram submetidos à caracterização das propriedades de absorção de água, densidade aparente, porosidade, resistência à compressão, condutividade térmica e avaliação da microestrutura por microscopia eletrônica de varredura (MEV). Com os resultados, observou-se quanto às propriedades físicas, que com o aumento do teor de resíduos de construção civil (RCDs) e a inserção de partículas de pinus e eucalipto, houve redução na densidade aparente; aumento dos valores da porosidade e absorção de água. Além disso, os menores valores obtidos para condutividade térmica e os maiores para resistência térmica, conferem melhor conforto térmico ao material obtido. E para a propriedade mecânica de resistência à compressão houve aumento dos valores com a utilização de 20% de RCDs sem a adição de partículas das madeiras. Todos os tratamentos analisados apresentaram valores que atendem a normativa brasileira, exceto os tratamentos com 50% de RCDs.