ADESIVO NATURAL À BASE DE CARDANOL MODIFICADO COM NANOPARTÍCULAS DE SÍLICAS PARA PRODUÇÃO DE PAINÉIS MDP (Medium Density Particleboard)
Adesivo nanomodificado. Casca do caju. Fonte renovável. Emissão de formaldeído. Produção sustentável.
Os painéis de partículas de média densidade (MDP), são amplamente utilizados em todo o mundo para confecções de móveis e pisos. A ureia formaldeído (UF) é o adesivo sintético, comumente utilizado para a confecção destes painéis, devido seu baixo custo, incolor e tempo de cura rápido. Apesar destas propriedades favoráveis, uma das principais desvantagens do adesivo UF é a emissão de formaldeído livre nos painéis de madeira, que causam riscos à saúde, como, sintomas respiratórios alérgicos, não alérgicos e de mucosas, bem como o câncer. Para a redução de emissão de formaldeído, estudos indicam que a inserção de nanopartículas de sílica (SiO2NPs) em adesivos à base de formaldeído tem demonstrado resultados significantes para a sua redução. Entretanto, levando em consideração as questões ambientais e a sustentabilidade da matéria-prima, à busca por substituição do adesivo UF, de origem petrolífera, impulsiona o desenvolvimento de adesivos que tenham base em recursos renováveis ou biológicos, e que apresentem menores taxas de emissão de formaldeído. Sendo assim, o cardanol obtido a partir do líquido da casca de castanha de caju, proveniente do cajueiro, é considerada uma fonte renovável aromática promissora dos fenóis derivados do petróleo, devido sua alta reatividade com formaldeído tanto pela via resol quanto novalac. Neste contexto, o objetivo deste estudo é avaliar o potencial de utilização do adesivo cardanol-formaldeído modificado com nanopartículas de sílica para produção de painéis MDP. Para a produção dos painéis foi utilizado à madeira de Pinus oocarpa, com dimensões de 30 x 30 x 1,5 cm (comprimento x largura x espessura), densidade nominal de 0,70 g/cm3 e os parâmetros do ciclo de prensagem foram de 15 minutos, pressão de 4 MPa e temperatura de 160ºC. A síntese do adesivo cardanol-formaldeído ocorreu via resol. Ao final, foram adicionados SiO2NPs nas seguintes proporções em massa, com base no teor de sólidos do adesivo: 0, 1 e 2%. Os painéis foram produzidos com teores de adesivos em proporções de 8, 10,12 e 14% em relação a massa seca das partículas. Foram avaliadas as propriedades físicas, químicas e térmicas dos adesivos, e as propriedades físicas, mecânicas, interface madeira-adesivo, emissão de formaldeído, isolamento térmico e a combustibilidade dos painéis. A partir das análises conjuntas dos resultados parciais, conclui-se que a adição das SiO2NPs não foram favoráveis ao adesivo cardanol-formaldeído e o teor de adesivo a partir de 10% atingem as normas estabelecidas para a comercialização das placas.